Reunião realizada em 19/02/2020 com Flavio Machado do comitê de Renda Variável e Isabel Ramos, Estrategista da Occam Brasil.
Introdução
A Occam Brasil surgiu de um spin-off da Brasil Plural, mantendo boa parte da equipe que trabalhou junto por muitos anos. Hoje são ao todo 25 integrantes, sendo 20 deles sócios. O gestor é Carlos Eduardo Rocha (Duda).
Formado pela PUC/RJ e pós-graduado em mercado de capitais pela IBMEC/RJ, Duda atua no mercado desde 1995, quando iniciou sua carreira no Banco Pactual. Lá passou por diversas áreas, inclusive na gestão do Pactual Capital Partners, fundo exclusivo dos ex-sócios do Pactual. A partir de 2010, se tornou gestor do grupo brasil Plural, ficando até 2018, quando saiu para fundar a Occam.
A gestora parte da avaliação do cenário econômico, análise fundamentalista e rigoroso monitoramento de risco para elaborar sua carteira de investimento. Buscam atuar em todos os segmentos do mercado, visando obter os maiores retornos ajustados ao risco para seus clientes.
Comentários
A conversa se iniciou com Isabel e Flavio nos contando um pouco da dinâmica de gestão das carteiras.
O vasto portifólio de produtos conta com 6 fundos multimercados, 3 fundos de renda variável e um fundo cambial. As estratégias giram em torno de duas carteiras independentes, uma Long (comprado) e outra Short (vendido), que são tratadas de forma independente. A partir disso, as porcentagens de exposição a cada carteira são determinadas de acordo com cada estratégia.
O fundo Occam LS Plus FIC FIM, por exemplo, fica 50% exposto a cada carteira (exposição neutra – não direcional). Como as carteiras são independentes, não necessariamente se operam pares, como é de costume nos fundos Long Shorts. Já a estratégia Long Biased fica 75% comprado e 25% vendido, utilizando bastante hedge através de índices. Sendo assim, a carteira comprada é a mesma para qualquer produto da casa.
Existe forte preocupação com a liquidez dos ativos, de modo que o período máximo para que toda a carteira seja zerada é de 15 dias.
A visão da Occam, segundo carta publicada no próprio site referente ao mês de fevereiro é de cautela. Com o alastramento da epidemia do novo Coronavírus, tornou-se cada vez mais difícil avaliar seus impactos econômicos. Isso gerou forte aumento de volatilidade nas bolsas globais e fez com que a casa reduzisse a exposição brutas/líquidas e aumentasse o Hedge da carteira.
Na parte externa, onde concentravam maior parte do risco, já vinham reduzindo posições ao longo de fevereiro, e fizeram de forma mais relevante na última semana do mês. Na parte doméstica, reduziram a carteira, principalmente em papéis de commodities, com aumentos pontuais em algumas posições que enxergam grande assimetria. Acreditam que os capítulos de curto prazo referente ao Coronavírus devam gerar muitas oportunidades e visam capturá-las.
Para o mercado de juros, Brasil e EUA apresentaram boas oportunidades no último mês, com a desaceleração da atividade econômica global. Portanto, aumentaram exposição.
Em câmbio, detém maior exposição comprada em dólar contra o real através de uma estrutura de opções. Continuam vendidos em euro, posição que foi reduzida ao longo do mês.
Time de Análise - MZR