Introdução
A Quest Investimentos surgiu em 2001, fundada por Luiz Carlos Mendonça de Barros. Em 2015, ela concretizou uma joint venture com o grupo Azimut, uma gestora com presença em 14 países, listada na bolsa de Milão e com mais de 1600 financial advisors, dando origem a AZ Quest.
Em seu portfólio de fundos a gestora possui estratégias de ações, long short, macro, renda fixa e crédito privado. O processo de aprovação de um investimento é normalmente composto por quatro elementos: análise fundamentalista com modelos de valuation, análise macroeconômica de tendências de longo prazo, reavaliação constante dos cases e fatores técnicos como liquidez e fluxo de investimentos.
Os fundos de renda variável possuem juntos R$ 7,19 bi de patrimônio sob gestão, enquanto os fundos macro e de crédito privado possuem R$ 3,15 bi e R$ 6,67 bi sob gestão, respectivamente. Dentre eles destacam-se nos últimos 12 meses o fundo AZ Quest Top Long Biased com 41,74% de valorização e o fundo macro AZ Quest Multi Max com 13,86%.
Considerações Gerais
Em relação ao ano de 2019, os três fatores centrais que nortearam as perspectivas dos fundos de crédito no Brasil foram:
1. A perspectiva da queda estrutural nas taxas de juros no Brasil, diante de um quadro de inflação controlada;
2. A expectativa de crescimento dos lucros e da qualidade creditícia das companhias brasileiras, em função da retomada da economia brasileira e da dupla alavancagem operacional e financeira dessas empresas;
3. A desaceleração gradual da economia global, sustentada por estímulos fiscais e monetários que evitariam uma recessão técnica.
Após anos de compressão de margens e queda nas vendas e nos lucros, consequências da recessão econômica, as empresas brasileiras se viram obrigadas a promover uma série de ajustes internos a fim de atravessar o difícil período. O resultado desse ajuste foram companhias muito mais eficientes, tanto do ponto de vista operacional quanto do financeiro.
Para 2020, prevê-se uma retomada do crescimento, tanto pelo aumento na confiança dos agentes quanto pelo impacto da política monetária promovida pelo Banco Central, que tem espaço para manter os juros em nível de estímulo da economia por um longo período. Esses impulsos, aliados à melhora do ambiente de negócios em função da agenda de reformas microeconômicas, devem permitir a aceleração da economia brasileira ao longo do ano. O cenário internacional não deve ser um problema nesse sentido.
Contribuição de performance
Tanto os fundos indexados ao CDI como as debêntures em CDI tiveram uma boa rentabilidade, em linha com suas rentabilidades intrínsecas. Porém comportamento de cada ativo ainda sofreu as consequências da desancoragem dos preços dos últimos meses.
Em dezembro, as curvas de juros (real e prefixada) apresentaram um movimento de fechamento ao longo de toda a curva. A composição e a magnitude desses movimentos geraram um baixo impacto no resultado dos fundos que possuem um pouco de risco de mercado.
O fundo de debêntures incentivadas apresentou rentabilidade em linha com seu benchmark (IMA-B5) e bastante acima do CDI. O fato de estar atrelado ao juro real explica o bom resultado desse mês. Os Efeitos Curva e Crédito tiveram resultados ligeiramente positivos, praticamente compensando os custos do fundo.
O pipeline de dezembro foi mais uma vez esvaziado, ainda por consequência do movimento de desancoragem de preços ocorrido no mercado de crédito. Os bancos coordenadores preferiram adiar eventuais ofertas para condições mais favoráveis de mercado. O ritmo mais lento de final de ano também contribui para essa baixa atividade e, como consequência, o número de bookbuildings no mês foi bem reduzido.
Fundos
AZ Quest Luce FIC RF CP LP:
O AZ Quest Luce teve um rendimento de 103,9% do CDI no mês de dezembro, com destaque para a estratégia de debêntures em CDI com value added de 15,70%. As demais estratégias do fundo apresentaram resultados praticamente em linha com suas rentabilidades intrínsecas. A porcentagem de caixa do fundo foi ativamente reduzida.
AZ Quest Altro FIC FIM CP:
No mês de dezembro, o fundo AZ Quest Altro teve rendimento de 125,5% do CDI, resultado acima da rentabilidade-alvo de longo prazo. a carteira da Estratégia Offshore foi o principal destaque do mês com value added de 16,5%, se beneficiando do movimento de risk on ao longo do período. As demais estratégias ficaram em linha com seus carregos intrínsecos.
AZ Quest Debêntures Incentivadas FIM CP:
No mês de dezembro, o fundo AZ Quest Debêntures Incentivadas teve um rendimento de (a) 1,22% (ante 1,24% do benchmark – IMA-B5) no mês, acumulando (b) 11,18% (ante 13,15% do benchmark – IMA-B5) no ano. O fato de estar aplicado em juro real foi o que mais beneficiou o fundo, dado que houve um fechamento da curva de juro real em toda sua extensão.
AZ Quest Icatu Conservador – Previdência CP:
O AZ Quest Icatu Conservador teve um rendimento de 90,0% do CDI no mês de dezembro, resultado abaixo da rentabilidade-alvo de longo prazo pensada para o fundo. Nesse mês, o destaque foi a estratégia de debêntures em CDI com 16,1% de value added.
AZ Quest Valore FIRF CP:
O AZ Quest Valore teve um rendimento de 133,5% do CDI no mês de dezembro, resultado acima da rentabilidade-alvo de longo prazo pensada para o fundo. As diversas carteiras apresentaram bons resultados no mês, com destaque para as estratégias de debêntures em CDI e debêntures hedgeadas com value added de 37,3% e 17,2%, respectivamente.