DÓLAR U$3,75
S&P500 2.883,82
BITCOIN US$6.610,09
BOVESPA 85.889,22
CDI 0,53%
28/10/2019

Fechamento de mercado (28/10/2019)

Juros

Os contratos de juros futuros fecharam com as taxas em queda nesta segunda-feira (28), movimento que se mostrou mais proeminente nos vértices mais longos da curva. O dólar abaixo de R$ 4 compôs o ambiente para a queda das taxas, assim como expectativas renovadas para o ciclo de afrouxamento monetário.

Após esboçarem uma recomposição de prêmio ao longo do dia, as taxas futuras encerraram o pregão em queda, alinhadas ao comportamento do câmbio. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de quarta-feira (30) está no foco dos agentes, com apostas majoritárias de corte de 0,50 ponto percentual no juro básico, para 5%. Os investidores, contudo, não descartam totalmente a chance de uma redução mais agressiva, de 75 pontos-base.

Em entrevista ao Valor, a economista-chefe para Brasil do J.P. Morgan, Cassiana Fernandez, afirma que cortes mais agressivos na Selic não seriam um erro do Copom, mas ressaltou que não vê necessidade nesse movimento. Atualmente, o banco americano projeta que o fim do ciclo de afrouxamento será em fevereiro de 2020, com a taxa básica a 4,25%, enquanto a normalização da política monetária teria início no segundo semestre, com a Selic encerrando 2020 em 5%.

Visão mais arrojada é vista na pesquisa semanal Focus, do BC, onde o ponto médio do Top 5 de médio prazo mostrou que a projeção para a Selic no fim de 2020 recuou de 4,25% para 4%, enquanto a mediana das projeções do mercado como um todo para a taxa de juros no fim do próximo ano caiu de 4,75% para 4,50%.

No campo internacional, o ambiente foi de menor aversão a risco, com os rendimentos dos Treasuries em alta e os principais indicadores acionários em Nova York em máximas históricas. Nesse ambiente, o mercado deixou de lado os riscos relativos à vitória do peronista Alberto Fernández, na eleição presidencial argentina. Por lá, a operação do banco central de restringir a compra de dólares fez a cotação da moeda americana cair ante o peso argentino.

Na renda fixa, porém, o yield do bônus de 100 anos da Argentina se aproximou das máximas históricas ao tocar 16,67% na manhã desta segunda, de acordo com um operador. “O novo governo da Argentina terá de lidar com uma série de questões pendentes. Uma das principais é uma pesada agenda de emissão de dívida, especialmente a partir do segundo trimestre de 2020. E os grandes pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2022 e 2023 provavelmente exigirão um grande programa para rolar a dívida”, disse Sergi Lanau, economista do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).

DI1F20: 4,781% (+0,6 bps)

DI1F21: 4,41% (+2 bps)

DI1F23: 5,39% (-3 bps)

DI1F25: 6,05% (-4 bps)

DI1F27: 6,44% (-2 bps)

Câmbio

O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, abaixo de 4 reais, com a moeda pressionada pelo maior apetite por risco global em meio a esperanças de progressos nas relações comerciais entre China e Estados Unidos e com o mercado embalado pela redução dos riscos de um Brexit desordenado. O dólar à vista fechou em queda de 0,44%, a 3,9919 reais na venda. Na B3, o contrato futuro de dólar com maior liquidez cedia 0,21%, a 3,9975 reais.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,77%, a 108.187,06 pontos. O volume financeiro da sessão somou 15,1 bilhões de reais. Os mercados globais repercutiram declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre assinar uma parte significativa do acordo comercial com a China antes do previsto, mas não deu detalhes sobre o cronograma.

O S&P 500 avançou 0,55%, também renovando sua máxima de fechamento, a 3.039,34 pontos. Por aqui, o dólar caiu abaixo de 4 reais, experimentando os menores níveis desde meados de agosto. Os investidores também reagiram ao resultado da eleição argentina, com Alberto Fernández, de esquerda, derrotando o presidente liberal Mauricio Macri com ampla vantagem.

A Argentina segue como parceiro importante para o Brasil e o governo não discute dissolver o Mercosul, disse o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz. Isso após o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao presidente eleito e chegou a dizer que o país vizinho pode ser afastado do Mercosul.

“A vitória da chapa que une kirchnerismo e peronismo causa certa apreensão pela perspectiva de algumas reformas da argentina não irem para a frente ou diminuiam de intensidade”, afirmou André Alírio, economista da Nova Futura Investimentos.

Do lado doméstico, o mercado reduziu mais as expectativas para a taxa básica de juros em 2020, com o grupo dos que mais acertam as previsões na pesquisa Focus vendo a Selic a 4%, em meio ao ciclo de afrouxamento do Banco Central.

O BC anuncia na quarta-feira a nova taxa básica de juros, com expectativa unânime em pesquisa da Reuters de corte de 0,5 ponto percentual, para nova mínima recorde de 5%. A queda dos juros aumenta a atratividade da renda variável, o que, segundo analistas, explica parte do rali da bolsa paulista neste ano.

A sessão também foi marcada pela aprovação da União Europeia para o adiamento do Brexit, para 31 de janeiro de 2020. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, confirmou o adiamento e fez um apelo ao bloco para que deixe claro que não poderá haver outra extensão do prazo.

- BRADESCO PN avançou 3,61%, ilustrando o bom desempenho do setor. ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 1,36% e BANCO DO BRASIL subiu 2,22%, em semana de divulgação de resultados do setor.

- KLABIN recuou 1,2%. A empresa teve lucro líquido de 207 milhões de reais no terceiro trimestre, alta os 104 milhões obtido no mesmo período de 2018, apesar de queda no volume vendido e na receita líquida. O desempenho foi apoiado em crédito tributário extraordinário.

- HYPERA cedeu 0,43%. A farmacêutica divulgou na sexta-feira lucro líquido de 267,2 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 10,3% sobre um ano antes.

- MAGAZINE LUIZA subiu 1,6%, após perder quase 4% nas três sessões anteriores. No setor, VIA VAREJO ganhou 0,94% e LOJAS AMERICANAS PN teve oscilação positiva de 0,05%.

- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN avançaram 0,76% e 1,2%, respectivamente.

- GOL subiu 2,8%. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse que o governo federal vai eliminar o adicional na tarifa de embarque para voos internacionais. No setor, AZUL PN ganhou 1,18%. As ações também encontraram suporte no movimento de queda do dólar, que fechou abaixo de 4 reais.

- VALE avançou 0,29%. A Samarco, joint venture da Vale com a BHP obteve aval para retomar operações no Brasil, suspensas desde um rompimento de barragem em 2015.

- Marcando suas estreias na bolsa, C&A subiu 3,09% e BMG UNT perdeu 0,86%.

- CCR ON recuou 0,53% na expectativa do balanço trimestral, que sai nesta noite.

Fontes: Valor e Reuters

Vamos
Começar?
Conheça nossos assessores
prontos para lhe atender.