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27/8/2019

Fechamento de mercado (27/08/2019)

Juros

O susto com a intervenção do Banco Central no câmbio deixou o mercado ainda mais ressabiado com os próximos passos da instituição na política monetária. Alguns profissionais já vinham relatando que a alta do dólar levantava dúvidas sobre o tamanho do ciclo de corte de juros em 2019. E a preocupação tomou novas proporções, mesmo que numa reação quase mecânica, diante da operação surpresa de venda de dólares no mercado à vista.

Numa resposta quase imediata, no começo da tarde desta terça-feira (27), os juros futuros dispararam num movimento que profissionais de mercado atribuem à zeragem de posições e busca por hedge. O avanço das taxas afetou todos os vencimentos, dos mais curtos até os longos.

Inicialmente, diz um profissional, ficou a leitura de que a taxa câmbio, bastante elevada, passou a incomodar a autoridade monetária e poderia atrapalhar os planos de corte da Selic. No entanto, boa parte do movimento no mercado, acrescenta, se deve a fatores técnicos. Muitos investidores vinham carregando apostas em queda de juros e, no susto, reverteram a posição.

Isso não significa, porém, que o cenário de corte da Selic deva ser abandonado. “O mercado respondeu de forma mecânica. Com a intervenção, o hedge no câmbio fica menos efetivo e a reação natural é mexer nas apostas em juros”, disse outro profissional. No entanto, ele destacou que os fundamentos ainda são muito favoráveis e existe espaço, sim, para corte de juros. “Não é como na eleição que havia risco de ruptura.”

Para outro profissional, o que importa para a política monetária é verificar se a piora no câmbio vai continuar daqui para frente, colocando em risco as expectativas de inflação. Ou se a questão é de fato uma falta de liquidez no mercado, como o BC vem relatando. Depois do susto inicial, os juros futuros saíram das máximas do dia, mas terminam em alta.

DI1F20: 5,46% (+0,5 bps)

DI1F21: 5,57% (+2 bps)

DI1F23: 6,64% (+3 bps)

DI1F25: 7,13% (+3 bps)

DI1F27: 7,40% (+2 bps)

Câmbio

O mercado de câmbio foi surpreendido neste pregão por uma intervenção surpresa do Banco Central no mercado à vista. Perto do horário do almoço, quando a moeda americana já operava acima de R$ 4,19, a autoridade monetária entrou no mercado vendendo dólares e derrubou a cotação da moeda a R$ 4,12. No entanto, ao longo do dia, o tombo foi paulatinamente se revertendo e o dólar encerrou o pregão em alta de 0,50%, aos R$ 4,1575.

Profissionais de mercado notaram que a moeda americana, que já vinha em trajetória de alta, em linha com o exterior, acelerou ganhos após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmar que não via nenhum comportamento atípico no câmbio.

Apesar da intervenção, o fechamento em alta denota que o câmbio deve se manter sob pressão nos próximos dias. No entanto, ao agir neste patamar, o BC indica, ainda que informalmente, uma espécie de patamar de intervenção, diz um diretor de câmbio de uma gestora. “Não acho que seja isso que o BC esteja querendo defender, mas o mercado poderá trabalhar com esse ponto informalmente”, explica o profissional.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,88%, a 97.276,19 pontos. O volume financeiro da sessão somou 20,65 bilhões de reais.

Mais cedo, expectativas de desfecho positivo nas negociações entre Washington e Pequim prevaleceram, apesar dos sinais contraditórios nos últimos dias.

O índice reverteu no começo da tarde com o aprofundamento na inversão da curva de rendimentos dos Treasuries nos EUA para níveis não vistos desde 2007, reacendendo o medo de recessão iminente. Em Wall Street, o S&P 500 500 recuou 0,33%, após ter subido 0,7% no melhor momento da sessão.

Profissionais da área de renda variável também citaram ruídos domésticos, como o relatório da Polícia Federal a partir da delação de executivos da Odebrecht dizendo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cometeu corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, o que ele nega.

Também no radar está a repercussão global dos incêndios na Amazônia, no momento em qual os agentes estrangeiros seguem na defensiva. Com a redução das perdas das bolsas em Nova York e a desaceleração do dólar, o Ibovespa acabou fechando o dia em alta, com ações mais líquidas se recuperando.

Petrobras PN (PETR4) avançou 1,59%, diante da alta dos preços do petróleo no mercado externo.

Vale (VALE3) subiu 1,21%, apesar de nova sessão de queda dos preços do minério de ferro na China. CSN (CSNA3) perdeu 1,26%.

Fontes: Valor e Reuters

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