DÓLAR U$3,75
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26/9/2019

Fechamento de mercado (26/09/2019)

Juros

Os contratos futuros de juros encerraram a sessão regular desta quinta-feira em queda, diante do reforço das expectativas de que novos cortes nos juros devem ser efetuados pelo Banco Central (BC). O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) ajudou a ancorar essas expectativas, ao mostrar cenários em que a inflação continua abaixo do centro da meta mesmo em 2021. A política monetária, assim, concentrou as atenções dos agentes e deixou em segundo plano o processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“O sentimento de que a Selic continua em trajetória de queda é claramente percebido. A tendência é a curva se fechar ainda mais”, diz um operador que preferiu não se identificar. Assim como ontem, o mercado aproveitou para queimar os prêmios adicionados na curva na segunda e na terça-feira, e, durante a tarde, deixou em segundo plano a alta do dólar.

Na avaliação de Alberto Ramos, do Goldman Sachs, a mensagem do RTI é semelhante à da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, e sugere que cortes adicionais na Selic devem ser efetuados, o que levaria o juro básico a 5,00%. Ramos, contudo, alerta que uma flexibilização adicional agressiva “pode ser contraproducente, porque não só comprometeria as metas de inflação, mais baixas em 2020 e 2021, mas também porque poderia tornar o real mais volátil, dado o carry menor”.

Após a divulgação do relatório, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e outros diretores da autoridade monetária ecoaram em entrevista coletiva a ata do Copom, ao mostrar os riscos vindos do cenário externo. Diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho afirmou que o ambiente internacional está “relativamente favorável” para emergentes, mas ressaltou que o pano de fundo ainda é incerto em meio aos riscos associados a um desaquecimento ainda mais intenso da economia global.

DI1F20: 5,075% (-2 bps)

DI1F21: 4,97% (-2 bps)

DI1F23: 6,08% (-3 bps)

DI1F25: 6,69% (-3 bps)

DI1F27: 7,01% (-5 bps)

Câmbio

O dólar encerrou em leve alta contra o real nesta quinta-feira, em dia marcado por acentuada volatilidade no mercado doméstico de câmbio, com agentes monitorando processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as relações comerciais EUA-China. O dólar à vista teve alta de 0,17%, a 4,1618 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha valorização de 0,27%, a 4,1615 reais.

“O mercado ainda continua ainda bem perdido. O cenário externo é volátil, com incertezas de todos os lados, especialmente envolvendo o Trump, e isso deixa todo mundo na retaguarda”, afirmou Paulo Celso Nepomuceno, estrategista de renda-fixa da Corretora Coinvalores.

As moedas emergentes pares do real, como peso mexicano e rand sul-africano também se depreciavam contra o dólar, enquanto a moeda norte-americana subia contra uma cesta de outras moedas.

O Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos publicou, nesta quinta-feira, uma versão não sigilosa de uma denúncia de um delator alegando que o presidente usou seu gabinete para solicitar interferência estrangeira nas eleições presidenciais de 2020.

Nepomuceno acrescentou que grande parte dos temores em torno da questão do impeachment de Trump é que o presidente norte-americano use as negociações comerciais com a China como ponto para tirar atenção da instabilidade política doméstica.

“Existe a possibilidade dele querer desviar a atenção do processo (de impeachment) enrijecendo as relações com a China. Só essa possibilidade já levanta temores de todos os lados.”

O Ministério do Comércio chinês disse nesta quinta-feira que os dois países ainda estão discutindo detalhes sobre a próxima rodada de negociações comerciais em outubro e estão fazendo preparativos para garantirem “progresso positivo”.

A declaração vem um dia após Trump afirmar que um acordo entre os dois países pode acontecer antes do que as pessoas pensam.

Em contrapartida, a agência Bloomberg noticiou que os EUA não devem prorrogar a autorização temporária que permite que a chinesa Huawei compre produtos de empresas norte-americanas.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,8%, a 105.319,40 pontos. O volume financeiro da sessão atingiu 13,7 bilhões de reais. Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, a alta encontrou apoio em comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que sinalizou tranquilidade da autoridade monetária em relação à inflação e à alta do dólar.

Campos Neto avaliou que a alta recente do dólar frente ao real não veio acompanhada de elevação do prêmio de risco e pontuou que o importante para o BC é quando há impacto do câmbio nos canais de inflação.

Também ajudou a bolsa, na visão do analista, a indicação de alinhamento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, “favorecendo o otimismo com o sucesso na implementação da agenda de reformas”.

O Ibovespa firmou-se no azul após uma manhã sem tendência clara, diante do noticiário misto sobre as negociações entre Estados Unidos e China, que têm adicionado volatilidade.

O governo chinês disse que os dois países estão se preparando para garantirem “progresso positivo” nas negociações em outubro e o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, destacou que movimentos da China nos mercados de commodities têm sido “muito positivos”.

Em paralelo, contudo, a agência Bloomberg noticiou que os EUA não devem prorrogar autorização temporária para que empresas norte-americanas atuem como fornecedoras à chinesa Huawei, que desde maio foi incluída em uma lista negra dos EUA.

Além dos sinais contraditórios nesse tema, o ânimo no pregão brasileiro também encontrou freio em incertezas ligadas aos desdobramentos do pedido de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump. Em Wall Street, o S&P 500 cedeu 0,23% e o Dow Jones caiu 0,28%. O Nasdaq perdeu 0,57%.

- Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,37%, um dia após divulgar aval de acionistas para vender até 64 milhões de ações que estão em tesouraria, operação de quase 3 bilhões de reais. A assembleia ainda aprovou a adesão a uma eventual oferta secundária de ações que estão com FI-FGTS.

- BB Seguridade (BBSE3) subiu 2,07%, após o conselho de administração aprovar proposta para redução de 2,7 bilhões de reais do capital social. Como consequência, os acionistas receberão 1,35 real por ação.

- Cyrela (CYRE3) avançou 2,62% e MRV ON ganhou 1,09%, em sessão positiva do setor imobiliário. Dados da Abecip mostraram que o financiamento imobiliário com recursos da poupança atingiu 6,71 bilhões de reais em agosto, alta de 18,4% ante mesmo mês de 2018.

- Via Varejo (VVAR3) subiu 2,88%, tendo de pano de fundo declarações do maior acionista e presidente do conselho de administração da varejista, Michael Klein, de que considera a venda da operação do Extra.com, e reativar operações próprias de crediário usando a infraestrutura digital do BanQi.

- BRF (BRFS3) caiu 1,43%, em sessão negativa do setor de carnes após altas recentes. Marfrig (MRFG3) desvalorizou-se 2,76% e JBS (JBSS3) cedeu 1,2%. No ano, esses papéis acumulam elevação de 80% a 180%.

- Embraer (EMBR3) recuou 2,15%, em meio a receios de atraso na conclusão do acordo com a Boeing, após indicação da União Europeia de que vai iniciar uma avaliação aprofundada sobre a operação na qual a norte-americana assumirá o controle da divisão comercial da fabricante brasileira de aviões.

Fontes: Valor e Reuters

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