DÓLAR U$3,75
S&P500 2.883,82
BITCOIN US$6.610,09
BOVESPA 85.889,22
CDI 0,53%
23/10/2019

Fechamento de mercado (23/10/2019)

Juros

O comportamento da inflação voltou ao foco dos investidores nesta quarta-feira (23) e, com o dólar voltando a se aproximar de R$ 4, os juros futuros exibiram nova rodada de redução de prêmio de risco, com queda mais pronunciada na ponta longa da curva. No pano de fundo, esteve a aprovação da reforma da Previdência no Senado, enquanto a perspectiva de continuidade do afrouxamento monetário foi mantida no radar na semana anterior à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

“Hoje há muito mais espaço de política monetária contracíclica do que no passado, mesmo a despeito dos choques externos”, afirmam os economistas Artur Wichmann e Daniel Leichsenring, da Verde Asset Management. Para eles, há uma “evolução notável” nos fundamentos da inflação do Brasil e, não por acaso, “a inflação tem sido muito baixa, com núcleos muito baixos”.

Baixa inflação, necessidade política de impulsionar o crescimento econômico, menor preocupação do BC quanto à depreciação do real, aprovação da reforma previdenciária e desaceleração econômica da China são os cinco fatores que levaram o banco de investimentos francês Natixis a revisar suas expectativas para novos cortes na Selic. Agora, a instituição espera que a Selic caia a 4% ante 4,75% projetados anteriormente de taxa terminal.

O IPCA-15 de outubro levantou a pulga atrás da orelha dos investidores quanto ao ritmo de aceleração da inflação, o que gerou ajustes na curva. Hoje, porém, quase todo o avanço das taxas futuras foi apagado. “Apesar do indicador ‘cheio’ ligeiramente diferente, os núcleos do IPCA-15 mostram que o ambiente continua saudável e indicam que a economia está na mesma batida”, diz Cássio Andrade Xavier, gestor de renda fixa da Sicredi Asset.

DI1F20: 4,84% (-1 bps)

DI1F21: 4,51% (-2 bps)

DI1F23: 5,46% (-6 bps)

DI1F25: 6,14% (-5 bps)

DI1F27: 6,50% (-6 bps)

Câmbio

O dólar comercial voltou a registrar queda robusta no pregão desta quarta-feira, dia que ficou marcado pela conclusão da votação da reforma da Previdência no Senado. No encerramento dos negócios, a moeda americana era cotada a R$ 4,0327, queda de 1,05%. O valor é o menor desde 21 de agosto, quando o dólar encerrou cotado a R$ 4,0296 no Brasil.

O bom desempenho ocorre em um dia em que os pares emergentes não apresentaram direção única: no horário citado, o dólar avançava 0,25% contra o rand sul-africano e 0,37% ante o rublo russo, mas cedia 1,37% frente a lira turca e 0,29% na comparação com o dólar neozelandês.

Apesar do otimismo com a aprovação da Previdência, alguns participantes de mercado comentaram não haver motivo aparente para a forte queda do dólar observada neste pregão. O comportamento ocorreu em um dia em que os demais ativos brasileiros não andaram muito. O Ibovespa registrou apenas leve alta e os rendimentos dos DIs voltaram a cair, em meio à uma percepção renovada de que há espaço para um ciclo de cortes mais intenso da Selic.

Há muito tempo no radar do investidor, a aprovação da reforma da Previdência não teria muito mais condições de mover o mercado. Em notas divulgadas esta tarde, as agências de rating Moody’s e Fitch notaram que ainda resta muito a ser feito na parte do ajuste fiscal. “A reforma e a economia que ela deve gerar dão sustentação ao perfil de crédito e ao  rating Ba2 do Brasil e estão incorporadas no cenário-base da Moody’s”, afirmou o analista da agência, Samar Maziad.

Bolsa

Os fundamentos econômicos melhores do Brasil, sobretudo o juro baixo, continuam guiando os investidores locais para a renda variável, mas não foi exatamente uma tese de fundamentos que levou o Ibovespa a renovar recorde hoje. Em um dia onde o investidor dosou o otimismo e a tendência por embolsar lucros, o que prevaleceu foi a chamada “rotação” das carteiras: ou seja, o mercado vendeu o que já tinha se valorizado e aumentou a exposição no que estava barato.
Esse movimento beneficiou os bancos, papéis mais líquidos e de grande peso no Ibovespa.

Dessa forma, o índice conseguiu ter uma pequena alta 0,15%, aos 107.543 pontos, nova máxima histórica. O giro financeiro, de R$ 13,1 bilhões, ficou levemente acima do montante diário negociado nos pregões do ano, de R$ 12,5 bilhões.

O maior evento monitorado nos últimos dias pelo mercado é a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado. A casa concluiu hoje a apreciação final do texto e, agora, as novas regras de aposentadoria serão promulgadas assim que o presidente Jair Bolsonaro retornar de viagem. O evento reforça a tese dos investidores locais em bolsa porque abre caminho para consolidar a precificação de um juro básico estruturalmente mais baixo e por mais tempo.

Fontes: Valor

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