Juros
A semana chega ao fim com uma dose reforçada de preocupação no mercado de juros. A escalada de tensões na guerra comercial entre China e Estados Unidos — agravada hoje por medidas retaliatórias de Pequim e ameaças de Washington — elevou o prêmio de risco nas taxas futuras.
Com exceção dos vencimentos curtos, que se respaldam na expectativa de afrouxamento monetário aqui e no mundo, a curva subiu de patamar na semana.
A nova onda de nervosismo global foi desencadeada hoje pela decisão da China de reagir com aumento de tarifas de importação de produtos americanos. A resposta americana, entretanto, não demorou. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está pedindo para as empresas americanas presentes na China que voltem a fabricar seus produtos nos Estados Unidos. Afirmou ainda que os EUA não precisam da China e que ficarão muito melhor sem os chineses.
Tudo isso veio ainda com novas críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Trump questionou, no Twitter, quem seria o maior inimigo dos EUA: o presidente chinês, Xi Jinping, ou Powell. Mais cedo, o dirigente do Fed evitou dar grandes detalhes sobre os futuros passos da política monetária, mas reconheceu que incerteza comercial parece estar tendo papel fundamental na desaceleração global.
DI1F20: 5,41% (+2 bps)
DI1F21: 5,44% (+6 bps)
DI1F23: 6,44% (+6 bps)
DI1F25: 6,94% (+5 bps)
DI1F27: 7,24% (+4 bps)
Câmbio
O dólar voltou a subir forte ante o real nesta sexta-feira, com o mercado doméstico sob intensa pressão decorrente do arisco ambiente externo e de reveses do lado da agenda de reformas do governo. O dólar à vista fechou em alta de 1,15%, a 4,1244 reais na venda.
Bolsa
A Ibovespa teve forte queda nesta sexta-feira, -2,62%, a 97.391,53 pontos, diante da guerra comercial entre EUA e China, em dia também marcado por discurso de Jerome Powell, do Federal Reserve. O volume financeiro da sessão somava 18 bilhões de reais.
Mercados acionários globais caíram forte diante dos recentes desdobramentos do embate comercial entre as maiores economias do mundo. O presidente dos EUA, Donald Trump, mandou empresas norte-americanas saírem da China após o governo chinês anunciar tarifas retaliatórias sobre 75 bilhões de dólares em produtos dos EUA.
“Não precisamos da China e, francamente, ficaríamos muito melhor sem eles. As vastas quantias de dinheiro produzidas e roubadas pela China dos EUA, ano após ano, durante décadas, vão e devem PARAR”, escreveu Trump no Twitter. Em Wall Street, o S&P 500 recuou 2,59%.
No simpósio econômico anual do Fed, o chairman, Jerome Powell, deu poucas pistas sobre se o banco central cortará juros na próxima reunião, apenas afirmando que a economia norte-americana está em “posição favorável” e o Fed vai “agir conforme apropriado” para manter o ritmo de expansão.
Banco do Brasil (BBAS3) recuou 3,64%. A Caixa Econômica Federal e a União pretendem anunciar nos próximos dias a venda das ações que detêm do banco, disse uma fonte nesta sexta-feira. O maior declínio entre os bancos foi BTG Pactual (BPAC11), após operação da Polícia Federal envolvendo o banco, perdeu 15,2%.
Sulamérica (SULA11) subiu 5,42%, após vender sua operação de automóveis e ramos elementares para o Grupo Allianz por 3 bilhões de reais.
Fontes: Valor e Reuters