Juros
Depois de muitas semanas seguidas de intenso ajuste para baixo nos contratos futuros de juros, os investidores entraram em compasso de espera diante do recesso parlamentar e fizeram poucas alterações nas apostas para o mercado de renda fixa. Assim, os DIs mostraram pouca oscilação nesta semana. A ponta curta mostrou leve movimento de queda.
Sem novidades relevantes sobre a tramitação da reforma da Previdência, um dos assuntos que mais chamou atenção dos investidores foi a política monetária internacional, com foco no posicionamento do Federal Reserve (Fed, o BC americano). A autoridade monetária dos Estados Unidos tem dado sinais, desde quinta (18), que pode cortar a taxa básica de juros do país e, com isso, tem influenciado os negócios com ativos ao redor do mundo.
Durante a tarde desta sexta, o “Wall Street Journal” publicou matéria dizendo que integrantes do BC americano não estão preparados para fazer um corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião de política monetária. Mais cedo, o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, fez novos comentários em que defendeu que um corte na reunião deste mês seria apenas “preventivo”.
DI1F20: 5,68% (-1 bps)
DI1F21: 5,55% (+2 bps)
DI1F23: 6,40% (+6 bps)
DI1F25: 6,96% (+4 bps)
DI1F27: 7,31% (+5 bps)
Câmbio
O dólar subiu frente ao real nesta sexta-feira, conforme operadores reduziram de forma consistente expectativa de alívio monetário mais intenso nos Estados Unidos no fim deste mês. O dólar à vista fechou em alta de 0,43%, a 3,7453 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro mais negociado valorizou 0,75%, para 3,750 reais.
Lá fora, o índice (DXY), que mede o valor do dólar contra uma cesta de divisas, se apreciava 0,38%, praticamente devolvendo toda a queda da véspera.
Bolsa
O índice fechou esta sexta-feira no vermelho, -1,21%, a 103.451,93 pontos, anulando ganhos da véspera, puxado pelas ações de bancos e refletindo a fraqueza de Wall Street. O volume financeiro da sessão somou 12,7 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa cedeu 0,44%.
Após o otimismo da véspera com a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos e no Brasil, investidores modularam as apostas nesta sessão. A ausência de corte de juros pelo Banco Central neste mês causaria uma "decepção" no mercado, que discute a magnitude do afrouxamento monetário, disse Fernando Gonçalves, superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco.
Em Wall Street, os índices fecharam em queda após o Wall Street Journal informar que o Federal Reserve deve cortar as taxas de juros em 25 pontos-base no fim deste mês, apenas um dia depois de comentários de uma autoridade do banco central fortalecerem expectativas de uma redução mais expressiva.
Itaú Unibanco PN (ITUB4) e Bradesco PN (BBDC4) caíram 2,6% e 2,26%. O jornal O Globo publicou nesta sexta-feira que o ex-ministro Antonio Palocci disse em acordo de delação premiada que alguns dos maiores bancos do país doaram 50 milhões de reais para campanhas eleitorais do PT em troca de benefícios nos governos dos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Via Varejo (VVAR3) perdeu 3,12%, entre as maiores quedas da sessão, mas ainda o papel que mais valorizou no mês.
Vale (VALE3) subiu 0,25%, após o contrato de minério de ferro negociado em Dalian, para entrega em setembro, subir 2,4% para 916 iuanes por tonelada, marcando a sexta semana consecutiva de alta.
IRB Brasil (IRBR3) recuou 1,56%, após oferta secundária de ações, precificada na véspera a 88 reais por papel, desconto em relação ao fechamento da quinta-feira. Na operação, o governo brasileiro e o Banco do Brasil (BBAS3), ambos acionistas do IRB, levantaram cerca de 7,4 bilhões de reais.
Banco Inter (BIDI11) saltou 4,63%, após confirmar oferta primária de ações com esforços restritos. A precificação da oferta ocorrerá no dia 29 de julho.
Fontes: Valor e Reuters