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17/10/2019

Fechamento de mercado (17/10/2019)

Juros

O cenário de cortes ainda mais profundos no juro básico brasileiro se fortaleceu nesta quinta-feira (17). Embora sem novos catalisadores, os investidores continuaram a precificar novas reduções na Selic, com as taxas dos principais contratos futuros de juros em novos pisos históricos.

O cenário de afrouxamento mais intenso da política monetária é apontado como necessário por Felipe Tâmega, economista-chefe da Itaú Asset Management. Em entrevista ao Valor, ele afirma que “seria natural” se o Banco Central (BC) adotasse uma velocidade mais rápida na redução dos juros.

A gestora de fundos do Itaú Unibanco, contudo, é uma voz isolada, ao menos por enquanto, no mercado. Durante evento promovido pelo BTG Pactual, Felipe Guerra, sócio-fundador da Legacy, afirmou que “o ritmo de 0,50 ponto é adequado para ir testando e não desorganiza a casa”. Já o sócio-diretor da Kapitalo, Carlos Woelz, apontou que não há necessidade de o BC ser “afobado” e efetuar uma redução de 0,75 ponto no juro básico.

Woelz, no entanto, mostra preocupação com o cumprimento da meta de inflação e acredita que o histórico da política monetária no Brasil demonstra a dificuldade de relacionar taxas de juros, inflação e crescimento econômico.

DI1F20: 4,859% (-2,1 bps)

DI1F21: 4,51% (-2 bps)

DI1F23: 5,47% (-2 bps)

DI1F25: 6,14% (-6 bps)

DI1F27: 6,51% (-6 bps)

Câmbio

O dólar à vista fechou em alta de 0,39%, a 4,1702 reais na venda. No mercado futuro, o contrato de dólar de maior liquidez subiu 0,30%, a 4,1675 reais.

Em Washington, no encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que pode comprar dólares caso o fluxo de moeda na esteira dos leilões de petróleo a ocorrerem até o fim do ano gere distorções no mercado, segundo relatos de profissionais de mercado.

O dólar ganhou impulso e bateu a máxima do dia, de 4,1825 reais na venda, após esse rumor circular no mercado. Mas um profissional avaliou que a interpretação da suposta fala de Campos Neto depende do contexto em que foi feita, questionando o entendimento inicial de que o BC venha a comprar dólares independe de causar distorções no mercado.

Os relatos da fala causaram ruído uma vez que o fluxo cambial no país segue negativo —o saldo em 12 meses até setembro é o pior em 20 anos— e o mercado deposita nos leilões do pré-sal esperanças de alguma melhora na oferta de dólar.

O mau desempenho do real também foi creditado outra vez ao aumento de apostas de afrouxamento monetário ainda mais agressivo pelo BC —o que reduziria ainda mais o apetite pela moeda doméstica e, por tabela, as chances de fluxo estrangeiro.

A curva de juros passou a colocar alguma aposta em corte de 0,75 ponto percentual da Selic tanto neste mês quanto em dezembro.

Mas alguns analistas têm defendido que a fraqueza da taxa de câmbio também decorre de outros fatores, como a queda nos preços das commodities em dólar.

“Na margem, acredito que a desvalorização recente do real está mais ligada a isso”, disse Fernando Gonçalves, responsável pela área de sell side no time de pesquisa econômica do Itaú, no evento Brasil Financial Summit, da Refinitiv.

Em um mês, o índice CRB de commodities acumula queda de cerca de 4,8%. O real acumula depreciação nominal ante o dólar de 2,2% no mesmo período. Já o índice do dólar contra uma cesta de divisas cai 0,7% no intervalo, enquanto um índice de moedas emergentes sobe 0,2% no mesmo período.

Bolsa

O desempenho do mercado de ações foi mais uma vez marcado pela falta de direção definida. De um lado, a expectativa de novos cortes de juros e estímulo monetário no Brasil e no mundo ainda estimulam as compras na bolsa, enquanto, de outro lado, a falta de catalisadores e o ambiente ainda dominado por ruídos na cena política local limitam o avanço adicional dos papéis no curto prazo.

O resultado disso foi um Ibovespa em leve baixa de 0,39%, aos 105.016 pontos. O giro financeiro, como de praxe nas últimas sessões, ganhou tração no fim do dia e terminou em R$ 11,4 bilhões, levemente abaixo da média diária negociada ao longo de 2019, que é de R$ 12,5 bilhões.

As ações mais líquidas da bolsa anotaram quedas no dia, mas em diferentes proporções. Bradesco ON caiu 1,39% e Bradesco PN perdeu 1,69%, enquanto Banco do Brasil ON teve leve baixa de 0,20%; já Itaú Unibanco PN cedeu 0,60%. No setor de commodities, Petrobras recuou 0,95% a ON e 0,97% a PN, enquanto a Vale ON teve pequena perda de 0,19%.

Fontes: Valor e Reuters

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