Juros
Os juros futuros fecharam o pregão regular desta terça-feira (16) em leve alta, seguindo o movimento do câmbio no Brasil e no ambiente externo.
Hoje o mercado acompanhou de perto os dados de inflação. “Alguns índices aceleraram um pouco, como o IGP-10, que subiu 0,61% em julho, ante a elevação de 0,49% no mês anterior, e o IPC-S da segunda semana de julho, que avançou 0,14%, 0,09 p.p. acima da taxa registrada na última divulgação. A maior contribuição para essa alta partiu do preço dos alimentos. Ainda assim, o cenário para inflação segue benigno e não muda a perspectiva para as próximas reuniões do Copom”, afirmou a Coinvalores.
Enquanto os dados de inflação não alteram o quadro para os próximos passos do Banco Central na política monetária, o mercado segue precificando um corte de juros no fim do mês.
DI1F20: 5,73% (0 bps)
DI1F21: 5,58% (+1 bps)
DI1F23: 6,38% (+5 bps)
DI1F25: 6,96% (+7 bps)
DI1F27: 7,31% (+7 bps)
Câmbio
O dólar subiu pelo segundo dia consecutivo ante o real nesta terça-feira, num movimento influenciado pelo ambiente externo de dados fortes nos Estados Unidos, que alimentaram incerteza sobre quão "dovish" o Federal Reserve será ao decidir o rumo do juro no fim deste mês. O dólar à vista teve valorização de 0,39%, a 3,7711 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro mais negociado tinha alta de 0,29%, para 3,7720 reais. Lá fora, o índice, que mede a variação do dólar contra uma cesta de moedas, subia 0,45%.
Além do otimismo com a reforma da Previdência, as quedas recentes do dólar vinham sendo atribuídas em parte à percepção de que o Fed poderia cortar os juros em 0,50 ponto percentual no fim de julho. O chairman do banco central dos EUA, Jerome Powell, reiterou a promessa de "agir conforme apropriado" para sustentar a expansão econômica dos EUA. Juros mais baixos nas principais economias melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados mais arriscados, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, contribuindo para alívio no dólar.
Apesar de dúvidas, alguns analistas de mercado ainda veem um cenário de dólar mais fraco no mundo como resultado da sinalização de corte de juro pelo Fed devido a questões fora dos EUA.
Bolsa
O principal índice da bolsa paulista fechou a sessão desta terça-feira quase estável, -0,03%, a 103.775,41 pontos, sob pressão de Petrobras e do movimento negativo das bolsas de Wall Street. O volume financeiro da sessão somou 15,5 bilhões de reais.
No aguardo da parte final da tramitação da reforma da Previdência, o mercado acompanhou noticiário sobre as propostas para a reforma tributária. O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra afirmou que sua proposta deve ser apresentada ainda este mês.
Uma pesquisa do BofA Merrill Lynch Data Analytcs mostrou que quase 90% dos gestores esperam que o Ibovespa fique acima de 110 mil pontos no fim de 2019, ante 48% no mês passado.
Em Wall Street, os índices recuaram após divulgação de balanços de grandes bancos, reacendendo receios de desaceleração do lucro em um ambiente de juros baixos. O S&P 500 cedeu 0,34%.
Petrobras PN (PETR4) e Petrobras ON (PETR3) recuaram 1,24% e 1,19%, respectivamente, diante da forte queda dos preços do petróleo no exterior. A empresa pagará 1,9 bilhão de dólares a investidores numa oferta de recompra de títulos.
Sabesp (SBSP3) perdeu 1,11%, após recentemente ter renovado máxima histórica em meio a expectativas de eventual privatização da companhia.
B2W (BTOW3) recuou 3,5%, com os papéis completando três sessões seguidas de quedas fortes.
Vale (VALE3) subiu 0,68%, conforme os futuros do minério de ferro na China renovaram máximas. A empresa fez acordo com o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais para pagar 400 milhões de reais a trabalhadores da mina em Brumadinho (MG), cujo rompimento de barragem deixou centenas de mortos. A Vale disse que ajustará provisões por Brumadinho no resultado do segundo trimestre.
Gol (GOLL4) valorizou-se 4,66%, conforme analistas veem a empresa como principal beneficiada com a situação da Avianca Brasil, em recuperação judicial e com operações suspensas.
Suzano (SUZB3) teve alta de 2,34% e Klabin (KLBN11) teve oscilação positiva de 0,06%, em dia positivo do setor de papel e celulose, apesar de analistas citarem pouca visibilidade para o cenário de preços da commodity. Em relatório, o Bradesco BBI destacou que, apesar dos investimentos estimados para o projeto Puma II, a alavancagem financeira da Klabin não deve alcançar os níveis elevados de investimentos anteriores.
MRV (MRVE3) avançou 1,45%, um dia após a construtora reportar alta de 5,8% nos lançamentos do segundo trimestre ante mesmo período de 2018, enquanto as vendas avançaram 2,7% na mesma comparação. Cyrela (CYRE3), que também divulgou prévia operacional na véspera, subiu 0,87%.
Oi (OIBR3) caiu 3,09%, após a operadora divulgar plano estratégico que prevê arrecadar de 6,5 bilhões a 7,5 bilhões de reais com a venda de ativos não essenciais até 2021. A operadora de telecomunicações também fez projeções de receita e desempenho operacional nos próximos anos.
Fontes: Valor e Reuters