DÓLAR U$3,75
S&P500 2.883,82
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CDI 0,53%
15/8/2019

Fechamento de mercado (15/08/2019)

Juros

A sensibilidade do mercado brasileiro ao nervosismo externo voltou a ficar evidente nesta quinta-feira (15). Os juros futuros até começaram o dia em leve queda, mostrando alguma acomodação após a turbulência da véspera, mas bastou uma onda de busca por proteção, lá fora, para levar o investidor a exigir pontualmente mais prêmio de risco por aqui.

O movimento de alta durante o dia foi patrocinado pela queda no rendimento do título do Tesouro americano de 10 anos para menos de 1,5%, pela primeira vez em três anos, num sinal da busca por segurança global. Assim que a poeira baixou, entretanto, houve espaço para uma nova acomodação e as taxas futuras, na B3, voltaram para perto da estabilidade.

Durante a manhã desta quinta, uma sinalização mais conciliadora do governo da China ajudou a amenizar o nervosismo no mercado, contribuindo para a queda do dólar contra moedas emergentes. De acordo com a agência Bloomberg, Pequim teria declarado que “espera um caminho do meio” com os Estados Unidos, na atual disputa comercial, particularmente com a

Além disso, o dia contou com leilão tradicional de títulos públicos, o que acaba inibindo a queda das taxas. O Tesouro Nacional vendeu, nesta quinta, todos os 4,5 milhões de LTN e 3 milhões de NTN-F que ofereceu na operação.

DI1F20: 5,465% (-1 bps)

DI1F21: 5,44% (-4 bps)

DI1F23: 6,43% (-4 bps)

DI1F25: 6,92% (-5 bps)

DI1F27: 7,22% (-2 bps)

Câmbio

Em uma sessão vólatil, marcada por grande oscilação dos ativos no exterior, o dólar encerrou o dia em forte queda contra o real, repercutindo ainda a decisão do Banco Central de voltar a vender dólares no mercado à vista após mais de dez anos.

A moeda brasileira teve um desempenho modesto em relação aos pares emergentes, mas foi ganhando tração principalmente no último quarto do pregão. No fim, o dólar caiu 1,21%, aos R$ 3,9896. O vencedor do dia, no entanto, foi o peso argentino, contra qual o dólar cedeu 5,21% após acumular três sessões consecutivas de ganhos.

Embora o ajuste de política monetária anunciada pelo BC não tenha como objetivo influenciar a direção da moeda, o anúncio causa algum ruído porque ocorreu ao fim de um dia de forte tensão nos mercados, que havia feito a moeda americana fechar acima do nível psicológico de R$ 4,00.

De acordo com o comunicado do Banco Central ontem, a troca dos swaps por divisas em espécie apresenta potencial de atender a demanda de mercado, que tende a reduzir o custo de rolagem da carteira de swaps pelo BC, medido pelo diferencial da taxa do cupom cambial em relação às Treasuries americanas. Além disso, serve para aumentar a liquidez do mercado à vista, especialmente em viradas de trimestre, e mitigar riscos de disfuncionalidade no mercado de cupom cambial.

Ao mesmo tempo, a manutenção de estoques de swap cambial e a baixa liquidez do mercado spot tem mantido pressionado o cupom cambial, o que reduz ainda mais a lucratividade da montagem de operações de carry com o real. Uma das expectativas, segundo explicitou ontem o diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, é que a venda de dólares alivie a curva do cupom, que "tem oscilado em níveis superiores ao padrão histórico e com mais volatilidade".

Bolsa

O Ibovespa caiu 1,2%, a 99.056,91 pontos, com o declínio acumulado na semana alcançando 4,75%. O volume financeiro do pregão somou 21,1 bilhões de reais. No pior momento da sessão, o Ibovespa caiu a 98.200,36 pontos.

Wall Street teve uma sessão volátil, com números sobre vendas no varejo e o resultado do Walmart animando, enquanto previsões da Cisco e sinais divergentes sobre o embate comercial EUA-China pressionaram na ponta contrária. Enquanto a China se prepara para adotar medidas em resposta às mais recentes tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, o presidente Donald Trump disse qualquer acordo precisa ser segundo os termos dos EUA.

O S&P 500 encerrou com variação positiva de 0,24%. Apesar da relativa trégua nas bolsas no exterior na sessão, Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, ressaltou que o cenário externo tem estado bem ruim, o que leva a desmonte de posições.

Para Fabio Alperowitch, sócio na Fama Investimentos, o movimento da bolsa foi normal dentro do contexto atual dos mercados. “O mundo está estranho... a volatilidade vai ocorrer.”

Além dos dilemas relacionados a disputa tarifária entre Washington e Pequim e potenciais efeitos na atividade econômica global, particularmente o risco de recessão, investidores também continuam atentos aos desdobramentos eleitorais na Argentina.

Dados da B3 mostram que o saldo negativo do capital externo negociado na Bovespa já soma 7,1 bilhões de reais em agosto, com saídas líquidas em todos os dias do mês. No ano, a saída líquida chega a 17,6 bilhões de reais.

JBS (JBSS3) ganhou 4,64%, a 28,62 reais, mas chegou a subir a 30,43 reais na máxima da sessão, após lucro líquido de 2,18 bilhões de reais no segundo trimestre, superando expectativas dos analistas. Analistas avaliaram que a empresa está preparada para movimentos de fusões e aquisições, o que o presidente-executivo, Gilberto Tomazoni, deixou em aberto durante teleconferência de resultados.

Natura (NATU3) subiu 0,3%, também entre as poucas altas da sessão, um dia depois de divulgar que o lucro do segundo trimestre mais que dobrou sobre um ano antes, apoiado em vendas fortes em todos os segmentos e em esforços de controle de custos. A empresa também afirmou que está no caminho para cumprir a previsão de reduzir a alavancagem para 1,4 vez a dívida líquida/Ebitda até 2021.

Ultrapar (UGPA3) encerrou em baixa de 8,4%, para 16,88 reais, mínima desde maio de 2012, uma vez que viu seu lucro cair praticamente à metade no segundo trimestre, refletindo a queda ou estagnação da receita de todas as principais linhas de negócios. Em teleconferência, o conglomerado disse que quer recuperar margem de Ipiranga sem perder fatia de mercado.

Sabesp (SBSP3) recuou 5,93%, tendo como pano de fundo queda de 10,9% no resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no segundo trimestre, para 1,2 bilhão de reais.

Via Varejo (VVAR3) cedeu 5,18%, após fechar o segundo trimestre com prejuízo líquido de 154 milhões de reais, ante resultado positivo de 14 milhões um ano antes.

Oi ON (OIBR3), fora do Ibovespa, desabou 17,93%, após divulgar prejuízo líquido para o segundo trimestre maior do que o esperado por analistas. A empresa também avalia ampliar investimentos neste ano para até 7,5 bilhões de reais.

Fontes: Valor e Reuters

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