Juros
Com a retomada da tramitação da reforma da Previdência apenas em agosto, após o recesso parlamentar, a política monetária volta ao foco dos investidores de juros futuros e os próximos passos do Banco Central devem influenciar os negócios. Agora, o mercado tenta ajustar as apostas entre um corte de 0,25 e 0,50 ponto percentual no fim do mês.
Foi na madrugada do sábado que a comissão especial da reforma da Previdência na Câmara aprovou a redação final da emenda constitucional (PEC), depois que os últimos destaques foram deliberados ao longo da sexta-feira. Dos 49 membros da comissão, 35 votaram a favor da redação final, enquanto 12 foram contrários e dois membros não votaram. Era necess
Agora, o texto será reencaminhado ao plenário da Casa para que os parlamentares façam a análise em segundo turno e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende iniciar essa etapa no dia 6 de agosto, concluir no dia 8 de agosto e mandar para o Senado no dia 9, tudo após o recesso parlamentar.
DI1F20: 5,73% (-2 bps)
DI1F21: 5,57% (-3 bps)
DI1F23: 6,33% (-2 bps)
DI1F25: 6,89% (-2 bps)
DI1F27: 7,24% (-2 bps)
Câmbio
O dólar subiu ante o real nesta segunda-feira, primeira alta em mais de uma semana, num movimento amparado pela força da moeda no exterior. Contudo, a volatilidade implícita no câmbio voltou a cair, renovando o menor patamar desde abril de 2018, num sinal de que investidores têm enxergado menos riscos à frente. O dólar à vista subiu 0,45%, a 3,7563 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,56%, para 3,7625 reais.
O índice, que mede o valor do dólar contra uma cesta de moedas, subia 0,14% no fim da tarde, puxado pelas quedas do euro e da libra esterlina. O mercado compra mais dólares conforme reavalia as chances de um corte mais agressivo de juros pelo Federal Reserve, em meio a alguma trégua nas tensões comerciais EUA-China e recordes nos mercados de ações dos EUA.
Apesar do viés de dólar forte no exterior, o real figurou nesta sessão entre as moedas de pior desempenho, com a terceira pior performance, melhor apenas que o peso argentino e a libra.
Analistas viram o desempenho mais fraco do real como um ajuste, depois de a moeda brasileira ter encabeçado a lista de ganhos por várias sessões, diante do otimismo com o andamento da reforma da Previdência.
O mercado ainda espera dólar de 3,80 reais ao fim do ano, segundo a mais recente pesquisa Focus. E, de acordo com agentes financeiros, uma queda mais sustentada do dólar depende não apenas da aprovação da reforma da Previdência.
Bolsa
O Ibovespa teve pequena variação negativa (-0,1%) e fechou a 103.802,69 pontos nesta segunda-feira, em dia de vencimento de opções, no primeiro pregão após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, que será votada em segundo turno apenas em agosto. O giro financeiro somou 19,55 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou 6,1 bilhões de reais.
Após a Câmara dos Deputados ter concluído na semana passada a votação em primeiro turno da reforma da Previdência, deixando a segunda etapa para ser votada na casa apenas em agosto, o mercado mira o início da temporada de resultados de empresas nos Estados Unidos, que pode ser pior do que o esperado.
Em Wall Street, os principais índices fecharam em leve alta.
Petrobras PN (PETR4) e Petrobras ON (PETR3) caíram 1,23% e 1,68%, respectivamente, em linha com a queda dos preços do petróleo no exterior. A empresa não descartou nesta segunda-feira sair de programa da B3 para atestar esforços de empresas estatais do país que buscam melhorar a governança, mas afirmou que "não representaria necessariamente um enfraquecimento ou retrocesso nas práticas" da companhia.
Vale (VALE3) valorizou-se 1,7%, em linha com a alta dos preços do minério de ferro na China, com as expectativas de um aumento na demanda pelos insumos siderúrgicos.
Via Varejo (VVAR3) saltou 7,82%, maior alta da sessão, com investidores apostando na transformação na empresa com a recente mudança no controle e o potencial aumento do consumo a ser gerado pela queda nos juros. A empresa divulgou nesta segunda-feira que trouxe o executivo Helisson Lemos, do Mercado Livre, para acelerar e consolidar a transformação digital.
Smiles (SMLS3) perdeu 4,61%, após o Morgan Stanley cortar a recomendação das ações e reduzir o preço-alvo de 52 para 32 reais. "Dada a quebra nas negociações para reorganização societária e dadas as condições favoráveis do mercado de companhias aéreas no Brasil, acreditamos que a Gol (GOLL4) pode tomar medidas que podem afetar negativamente as perspectivas de ganhos da Smiles", disse. A Gol controla a Smiles.
Fora do índice, Banco Inter (BIDI4) recuou 4,17%, após divulgar que obteve adesão de 40% dos acionistas para efetivar seu programa de units, cumprindo nível mínimo estabelecido para a operação.
Fontes: Valor e Reuters