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14/8/2019

Fechamento de mercado (14/08/2019)

Juros

A onda de nervosismo que chacoalhou os mercados globais nesta quarta-feira (14) começa a impor uma sombra sobre as apostas sobre a queda da Selic ao longo de 2019. Alguns analistas já afirmam que o agravamento do panorama externo, sob o risco de uma recessão mundial e uma desordem dos mercados, pode levar o Banco Central a repensar o tamanho do ciclo de cortes de juros ainda este ano.

O que deve determinar um ajuste do chamado orçamento da queda da Selic é a intensidade da perda do fôlego global. Se esse processo resultar num quadro de recessão, então pode haver uma fuga de ativos de risco pelo mundo, com efeitos sobre o câmbio, limitando, assim, o espaço para o alívio monetário esperado por aqui.  

Boa parte dos profissionais ainda não acredita que esse será o caso. Ainda prevalece a visão de que o momento é de desaceleração do crescimento e queda dos juros pelo mundo, o que permitiria uma queda da Selic de 6% para algo em torno de 5%.

DI1F20: 5,48% (+3,5 bps)

DI1F21: 5,47% (+7 bps)

DI1F23: 6,47% (+9 bps)

DI1F25: 6,97% (+9 bps)

DI1F27: 7,24% (+7 bps)

Câmbio

Dados do governo chinês mostram que a produção industrial cresceu 4,8% em julho ao ano. O número ficou abaixo da expectativa de 5,9%. Já o investimento em ativos fixos cresceu em julho na comparação anual, abaixo da expectativa de 5,9%, mesmo sinal visto nas vendas (alta de 7,6% e expectativa de 8,5%).

Na Europa, a Alemanha também voltou a demonstrar sinais de que sofre com a disputa comercial e registrou contração de 0,1% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior. Na comparação anual, houve expansão de apenas 0,4%. O desempenho alemão fez o crescimento da zona do euro no segundo trimestre cair à metade do primeiro (0,2%, de 0,4%).

Em um sinal de que o investidor passou a levar mais sério o risco de uma recessão global, os juros das T-notes de 2 e 10 anos voltaram a se inverter pela primeira vez desde 2007. Há pouco, o yield do bônus de 2 anos operava a 1,595% e o de 10 anos, a 1,581%.

A combinação de fatores pesou fortemente sobre os ativos de risco, como ações, commodities e moedas emergentes.

Bolsa

O Ibovespa foi impactado pelo pessimismo global diante de dados econômicos ruins e de preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Caiu 2,94%, a 100.258,01 pontos. O giro financeiro somou 40,3 bilhões de reais, já somados o volume movimentado com vencimento de opções do Ibovespa e de índice futuro.

Economistas do Morgan Stanley calculam que o crescimento global desacelere para 2,8% ao ano no final de 2019 se as tarifas anunciadas recentemente entrarem em vigor e permaneça entre 2,8%-3% ao ano no primeiro semestre de 2020. De acordo com a equipe do banco norte-americano, o limiar de uma recessão global é um crescimento de 2,5%.

Na Argentina, outro foco de tensão recente, o presidente Mauricio Macri anunciou medidas para aliviar a situação econômica após o estresse decorrente do ambiente eleitoral. Macri disse que conversou com o rival Alberto Fernández, que expressou disposição em manter os mercados calmos em caso de eventual transferência de poder.

Em Brasília, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado definiu nesta quarta-feira uma série de audiências públicas para discutir a reforma da Previdência e também decidiu, a pedido dos senadores, dar andamento ao debate sobre a reforma tributária que tramita no colegiado.

No noticiário corporativo, o mercado aguarda a divulgação dos resultados trimestrais de JBS (JBSS3), Natura (NATU3) e Via Varejo (VVAR3), além de outras empresas do índice como Ultrapar (UGPA3) após o fechamento dos mercados.

Kroton (KROT3) desabou 11,55%, após balanço do segundo trimestre, com resultados aquém das expectativas, bem como aumento na taxa de evasão dos alunos. O grupo reportou lucro líquido ajustado de 266,7 milhões de reais. Executivos da companhia, porém, reiteraram em teleconferência com analistas que a empresa vai cumprir previsões de desempenho em 2019 divulgadas mais cedo neste ano após eventos não recorrente no segundo trimestre.

Embraer (EMBR3) perdeu 5,85%, após surpreender analistas e fechar o segundo trimestre com lucro líquido de 7,2 milhões de dólares, mas manteve previsão de terminar o ano no vermelho.

Vale (VALE3) caiu 3,48%, contaminada pelo cenário externo negativo, apesar da alta dos preços do minério de ferro na China. Papéis de siderúrgicas também sofriam, com CSN (CSNA3) cedendo 4,14% e Usiminas PNA (USIM5) caindo 4,89%.

Petrobras PN (PETR4) desvalorizou-se 3,37%, pressionada pelo forte declínio dos preços do petróleo no mercado externo, após dados econômicos globais fracos e crescimento inesperado nos estoques da commodity nos EUA.

Fontes: Valor e Reuters

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