Juros
O vencimento de curtíssimo prazo (jan/20) fechou em baixa, enquanto que os mais longos fecharam em alta. Os contratos futuros de juros acumularam leve queda ao longo da semana, indicando que o cenário de aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados já estava nos preços do mercado. Até que os próximos passos sejam tomados no Congresso, os investidores podem ficar em compasso de espera.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, já não deu mais certeza sobre quando será votado o segundo turno da proposta. Aliados do governo já trabalham com a hipótese de não conseguirem concluir a votação das sugestões de alteração no texto essa semana e temem que isso não aconteça antes do recesso parlamentar, que tem início no dia 18.
Embora ainda existam dúvidas sobre os próximos passos da tramitação, o mercado dá como certa a queda da Selic na próxima reunião do Copom e se aproxima cada vez mais do cenário de corte de 0,50 ponto percentual. A curva de juros precifica atualmente redução de 0,34 ponto na próxima decisão e 0,40 ponto em setembro. No ano, é esperada redução de 1 ponto percentual.
DI1F20: 5,75% (0 bps)
DI1F21: 5,60% (+3 bps)
DI1F23: 6,35% (+7 bps)
DI1F25: 6,91% (+9 bps)
DI1F27: 7,26% (+9 bps)
Câmbio
O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, com o mercado atento à definição sobre o cronograma de votação da proposta de reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, acompanhando as discussões que prosseguiam no plenário no fechamento do mercado.
O dólar recuou 0,33%, a 3,7393 reais na venda. Na semana, o dólar acumulou queda de 2,11% frente à divisa brasileira. O dólar futuro cedia por volta de 0,5% neste pregão.
Parlamentares que acompanhavam de perto as negociações sobre a proposta avaliavam que a votação do primeiro turno da reforma da Previdência tem chances de não ser concluída ainda nesta sexta-feira, apesar dos esforços do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Mais cedo, Maia disse que não adianta querer correr com a reforma, colocando em risco sua aprovação em segundo turno e que irá avaliar com os partidos as perspectivas de quórum tanto de sábado como da próxima semana, indicando que a conclusão da tramitação na Casa pode ficar para agosto. O governo ainda enfrenta dificuldade para articular os deputados favoráveis à reforma e garantir o quórum em plenário, justamente em um momento em que serão analisadas emendas com grande potencial de desidratar a reforma.
Os mercados reagiram às notícias de que a conclusão da votação em segundo turno pode ficar para agosto, o que levou o dólar reduzir levemente perdas, mas o noticiário não foi suficiente para alterar o sentimento otimista, disseram agentes financeiros.
Ao longo dos últimos dias, o mercado já foi incorporando a probabilidade de uma economia mais elevada com a reforma, o que permitiu que o dólar cedesse até os patamares atuais.
Embora focado na cena política local, o dólar também era pressionado no câmbio local pelas declarações recentes do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que ajudaram a elevar as expectativas por um corte de juros nos Estados Unidos ainda no fim deste mês.
Bolsa
A bolsa teve uma sessão de cautela nesta sexta-feira, com agentes financeiros acompanhando a votação dos destaques da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados diante da chance de que a votação em segundo turno aconteça apenas em agosto. O Ibovespa caiu 1,18%, a 103.905,99 pontos. O volume financeiro somou 16,45 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa cedeu 0,18%.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não adianta querer correr com a reforma da Previdência colocando em risco sua aprovação em segundo turno e que vai avaliar com os partidos as perspectivas de quórum tanto de sábado como da próxima semana, indicando que a conclusão da tramitação na Casa pode ficar para agosto. Ele esperava inicialmente votar a matéria em dois turnos na Câmara nesta semana, mas negociações de última hora sobre destaques têm atrasado a votação, colocando em risco a intenção de encerrar antes do recesso, a partir de 18 de julho.
Em Wall Street, O S&P 500 e o Dow Jones alcançaram máximas recordes, diante das elevadas expectativas de um corte de juros ainda neste mês.
Ambev (ABEV3) caiu 2,62%. A controladora Anheuser-Busch InBev disse que não dará continuidade à oferta inicial de ações de sua unidade Ásia Pacífico na bolsa de Hong Kong, que seria o maior IPO de 2019.
Petrobras PN (PETR4) e Petrobras ON (PETR3) ganharam 0,46% e 0,64%, respectivamente. A empresa avalia deixar um programa da B3 criado para atestar esforços de empresas estatais do país que buscam melhorar a governança, segundo fontes.
Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,55%, após o conselho de administração da varejista aprovar proposta de desdobramento de suas ações, na proporção de 1 para 8 ações da mesma espécie. A matéria agora será enviada para votação em assembleia geral extraordinária (AGE) da companhia.
BRF (BRFS3) recuou 1,12% e Marfrig (MRFG3) fechou estável, após o encerramento das negociações para uma possível fusão de cerca de 30 bilhões de reais que criaria um dos maiores grupos de carnes do mundo, pouco mais de um mês após o início das conversas.
CSN (CSNA3) recuou 0,64%, após anúncio de expansão de um contrato de fornecimento de longo prazo de minério de ferro com a Glencore, transação que envolve pré-pagamento de 250 milhões de dólares.
Fora do índice, Movida (MOVI3) cedeu 2,95%, após anunciar a intenção de fazer oferta pública subsequente primária e secundária de ações. Segundo o Estadão, o follow on será de 500 milhões de reais. A rival Localiza (RENT3) perdeu 1,99%.
Fontes: Valor e Reuters