DÓLAR U$3,75
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CDI 0,53%
11/11/2019

Fechamento de mercado (11/11/2019)

Juros

O risco político associado à libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou sendo monitorado pelos investidores, mas não impediu uma correção nos juros futuros, que voltaram a cair na sessão regular desta segunda-feira (11). O dia, contudo, foi de baixa liquidez, com o mercado de Treasuries fechado pelo feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos.

Depois de terem começado o dia com viés de alta, os juros futuros se firmaram em queda durante a tarde, com um fluxo que ficou concentrado no miolo da curva e que ajudou as taxas a fecharem em baixa de ponta a ponta da curva.

Sócio da MZK Investimentos, Danilo Macari aponta que, além do fluxo, uma reavaliação sobre a situação política no Brasil pode ter contribuído para a valorização dos ativos brasileiros no pregão de hoje. “Na sexta-feira [8], muitos agentes estavam com medo de passarem o fim de semana posicionados em Brasil. Com protestos organizados em todo o país e com Lula solto, havia um temor de que pudéssemos ter protestos violentos como os que aconteceram no Chile, na Bolívia e em toda a América Latina”, afirmou Macari. Para ele, casos de violência nas manifestações poderiam implicar em uma desvalorização ainda mais acentuada dos ativos brasileiros. “É só olhar para o peso chileno, que está apanhando bastante. Como não tivemos nenhum ato de violência nos protestos, isso pode explicar um pouco a correção.”


DI1F20: 4,740% (-0,7 bps)

DI1F21: 4,53% (-4 bps)

DI1F23: 5,61% (-7 bps)

DI1F25: 6,22% (-5 bps)

DI1F27: 6,58% (-3 bps)

Câmbio

O real esteve entre as moedas de melhor desempenho nesta sessão, em sintonia com a correção vista em outros mercados brasileiros, com o Ibovespa em alta e os juros futuros em queda.

O mercado se acomodou depois da forte volatilidade da semana passada, na esteira da frustração com a participação de estrangeiros no leilão do excedente da cessão onerosa e da soltura do ex-presidente Lula.

Cleber Alessie, da H.Commcor, contudo, chamou atenção para a variação mais limitada do prêmio de risco-Brasil medido pelo CDS de cinco anos. Na semana passada, o CDS subiu 0,44%, ao passo que o dólar saltou 4,3%.

“A questão é que dólar a 4,10 (reais), 4,15 não é mais sinal vermelho. O fundamento do câmbio está mudado, por causa do retorno baixo”, disse o profissional.

O retorno a que ele se referiu está relacionado ao juro “extra” pago pelas aplicações em real em comparação aos investimentos em ativos denominados em outras moedas, como dólar ou peso mexicano. A queda desse diferencial é resultado de sucessivos cortes da Selic a mínimas históricas.

Mas o UBS ponderou que o ciclo de afrouxamento monetário no Brasil está “bem precificado”, enquanto o de outros países ainda não está contabilizado. Por isso, o banco recomenda posição comprada em real contra a moeda do México, país que apenas iniciou processo de cortes de juros.

“Além disso, o Brasil está entre as economias mais fechadas do mundo... o que deve ajudar a economia a seguir resiliente durante uma desaceleração econômica global”, acrescentaram estrategistas do banco suíço em nota a clientes.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,61%, a 4,1428 reais na venda.

É a mais forte desvalorização percentual diária desde 25 de outubro (-0,88%).

Nas três sessões anteriores, todas de valorização, a cotação havia acumulado alta de 4,39%.

No mercado futuro da B3, no qual os negócios vão até as 18h15, o contrato de dólar de maior liquidez cedia 0,53%, a 4,1465 reais, por volta de 17h30.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,69%, a 108.367,44 pontos. O volume financeiro da sessão somava 15 bilhões de reais.

Após ter caído forte na sexta-feira, na esteira da saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão, o Ibovespa ainda abriu esta sessão mantendo o viés negativo, mas mudou de tendência ao longo do dia, voltando ao patamar de 108 mil pontos.

Pela manhã, a pesquisa Focus do Banco Central apontou que a inflação deve terminar o ano a 3,31%, alta de 0,02 ponto percentual ante previsão da semana anterior.

Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, o avanço na previsão, ainda que tímido, indica que o mercado está melhorando suas expectativas. “O investidor vê com confiança um cenário futuro mais propício para o investimento”, afirmou.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que a soltura do ex-presidente Lula e o clima de instabilidade política em países da América Latina não atrapalham o andamento, no Congresso Nacional, das reformas econômicas propostas pela equipe econômica do governo.

Analistas da Levante Investimentos afirmaram que, apesar dessa elevação de tom entre governo e oposição no final de semana, isso não deve drenar a energia do processo de aprovação das reformas do governo atual.

“No entanto, será preciso calcular se aumentou o risco de um retrocesso nas mudanças propostas pelo ministério da Economia.”

No âmbito internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que houve relatos incorretos sobre a disposição dos EUA de suspender tarifas sobre a China.

Em Wall Street, com as bolsas operando mesmo com feriado dos EUA, o S&P 500 recuou 0,2%.

Após o encerramento da sessão, investidores aguardam a divulgação de balanços trimestrais de YDUQS, Cosan, Eletrobras, Itaúsa, Marfrig e Rumo.

DESTAQUES

- MAGAZINE LUIZA ON valorizou-se 2,76%, dentre as maiores altas do índice. A varejista já se avançou mais de 95% este ano até a sessão da última sexta-feira.

- IRB BRASIL ON ganhou 3,85%, em dia de ajustes após três fortes quedas, em que caiu mais de 9%.

- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN avançaram 0,7% e 1,43%, respectivamente.

- VALE ON perdeu 2,14%, após a empresa informar que as vendas de minério de ferro e pelotas em 2019 deverão ficar abaixo do projetado anteriormente.

- BR PROPERTIES ON saltou 4,92%, após anunciar que fará oferta de ações que pode levantar até 1 bilhão de reais.

- BRADESCO PN caiu 0,23%. SANTANDER BRASIL subiu 0,24% e ITAÚ UNIBANCO avançou 0,44%.

- JBS ON subiu 0,8%. No setor, MARFRIG, que divulga resultados nesta noite, subiu 1,72% e BRF FOODS ON registrou alta de 0,64%.

- YDUQS ON, COSAN ON e RUMO ON avançaram 1,33%, 2% e 1,4 por cento, respectivamente, antes de divulgarem resultados do terceiro trimestre.

Fontes: Valor e Reuters

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