Juros
Embora o mercado avance na aposta do corte da Selic, a curva de juros futuros mostrou pouca oscilação hoje diante da cautela sobre os próximos passos no Congresso.
O avanço da tramitação da reforma da Previdência aproxima cada vez mais o cenário de corte da Selic e os investidores avançam na aposta de redução já na reunião de julho do Comitê de Política Monetária. O mercado não só espera que o Banco Central faça um movimento logo, mas também eleva a expectativa para um corte de 0,50 ponto percentual.
Ontem, foi aprovado no plenário da Câmara dos Deputados o texto base da reforma por 379 votos a 131, com 71 votos além dos 308 necessários. O texto base visa um impacto fiscal de cerca de R$ 960 bilhões em dez anos e prevê que homens só poderão se aposentar com no mínimo 65 anos de idade e as mulheres, com 62 anos, além de mudar alíquotas previdenciárias, reduzir o valor de aposentadorias e pensões e restringir o pagamento do abono salarial.
DI1F20: 5,75% (-2 bps)
DI1F21: 5,57% (-3 bps)
DI1F23: 6,28% (-4 bps)
DI1F25: 6,82% (-4 bps)
DI1F27: 7,17% (-3 bps)
Câmbio
O dólar teve ante o real nesta quinta-feira, renovando o menor patamar de fechamento desde fevereiro, com o mercado confiante na conclusão da votação da reforma da Previdência na Câmara e atento aos sinais de baixa para a moeda norte-americana no exterior. O dólar à vista cedeu 0,19%, a 3,7515 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha variação negativa de 0,04%, para 3,7580 reais.
A divisa oscilou em leve alta durante boa parte do dia, com investidores dando uma pausa nas vendas à espera de novidades sobre a tramitação da reforma. A ideia é concluir a votação na Câmara até sexta-feira, mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu que não há garantia de que isso acontecerá. De toda forma, no mercado o sentimento é que o placar da votação --379 votos a 131-- indica forte apoio à reforma, o que abriria caminho não apenas à passagem da matéria no Congresso como também a discussões de outras pautas da agenda econômica.
O dólar cai cerca de 2,3% ante o real em julho, em baixa de 3,2% no ano. A moeda começou a perder força em meados de maio, logo depois de superar 4,10 reais, justamente por causa das incertezas sobre a pauta local de reformas. Mas analistas ressalvam que o ambiente externo também tem tido importante papel no enfraquecimento do dólar aqui.
Nesta quinta, investidores tiveram endossadas expectativas de dólar mais fraco no mundo, conforme o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manteve a porta aberta para cortes de juros no fim deste mês. Como resultado, as moedas emergentes voltavam a subir, com um índice para esse grupo de divisas se aproximando de picos desde meados de abril.
Bolsa
Depois de cinco sessões seguidas em alta, o Ibovespa deu uma pausa nos ganhos e cedeu a uma realização de lucros dos investidores. Certa pressão por embolsar lucros veio da cautela no mercado enquanto os destaques da reforma da Previdência são votados na Câmara.
O Ibovespa fechou em queda de 0,63%, aos 105.146 pontos, depois de tocar os 104.814 pontos no pior momento do dia. O giro financeiro foi forte por mais um dia, em R$ 12,9 bilhões.
a votação dos destaques ainda preocupa parte dos investidores, que não são capazes de dimensionar o alcance das possíveis mudanças no texto. A principal preocupação é a economia que será gerada com as alterações previdenciárias e eventuais atrasos na votação do projeto. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer concluir ainda hoje a etapa dos destaques e espera votar o segundo turno da reforma amanhã.
Entre os destaques do dia, as ações da Eletrobras passaram à maior alta do Ibovespa nesta tarde, com a privatização da companhia voltando ao foco dos investidores. A Eletrobras ON (ELET3) subiu 7,36%, maior ganho do Ibovespa, enquanto que a PNB (ELET6) avançou 4,83%.
Também entre os destaques positivos ficou a Sabesp ON (4,67%). A alta reflete uma afirmação do governador de São Paulo, João Doria, em entrevista à “TV Bloomberg”. Ele disse que privatizar a companhia “é a melhor opção”. Sua expectativa é arrecadar R$ 20 bilhões com a venda.
Na ponta negativa do Ibovespa, o IRB Brasil (-5,20%) foi destaque, depois que a companhia informou que o Banco do Brasil e a União venderão até a totalidade de suas fatias na companhia resseguradora. Como o mercado será inundado com um fluxo novo de ações, isso pressiona o preço do papel.
Fontes: Valor e Reuters