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9/9/2019

Fechamento de mercado (09/09/2019)

Juros

Os mercados de renda fixa internacionais dominaram as atenções dos players do segmento de juros futuros nesta segunda-feira (9), que deu o pontapé inicial na semana considerada chave para os rumos da política monetária global. Na ponta curta da curva, houve queima de prêmios, enquanto as taxas de prazo mais longo ficaram praticamente no zero a zero ao ponderarem as chances de queda dos juros e a alta do dólar e dos rendimentos de títulos públicos dos Estados Unidos e de outras grandes economias.

O destaque, nesta semana, fica com o Banco Central Europeu (BCE), que deve efetuar uma redução na taxa de depósito para um nível ainda mais negativo.

“Nossos economistas esperam que o BCE corte a taxa de depósito em 10 pontos-base na reunião marcada para a quinta-feira (12). Além disso, eles antecipam um novo sistema de camadas nas taxas de juros, em que algumas das reservas estariam isentas do custo das taxas de juros negativas, além de uma versão aprimorada do forward guidance”, escreveu Jim Reid, do Deutsche Bank, em relatório enviado a clientes. Ele alerta, ainda, para a possibilidade de a taxa de depósito ser reduzida em 20 pontos-base e ceder para -0,6%.

Apesar de o BCE estar no foco dos agentes, quem ditou o rumo dos mercados de renda fixa europeus, hoje, foi a Alemanha, que considera criar um “orçamento sombra” para permitir o aumento do investimento público sem restrições orçamentárias impostas pela Constituição.

Na maior economia da zona do euro, o rendimento (yield) do Bund de dez anos subiu para -0,585%. Ainda em solo europeu, o retorno do OAT francês também para dez anos avançou para -0,276%, enquanto o juro do bônus grego de mesma maturação terminou o dia cotado a 1,606%.

Na semana passada, o Banco do Povo da China (PBoC) efetuou reduções no compulsório bancário, mas novas medidas de estímulo são esperadas por parte da autoridade monetária chinesa. Economistas do Nomura esperam que o PBoC reduza a taxa de juros de um ano da linha de empréstimos de médio prazo (MLF) nas próximas duas semanas, o que se daria após dados abaixo do esperado da balança comercial chinesa.

No âmbito macroeconômico, a pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou o quinto recuo consecutivo na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano. Agora, a estimativa do mercado para o IPCA em 2019 passou de 3,59% para 3,54%.

DI1F20: 5,31% (-2 bps)

DI1F21: 5,35% (0 bps)

DI1F23: 6,44% (+1 bps)

DI1F25: 7,00% (+2 bps)

DI1F27: 7,32% (+2 bps)

Câmbio

O dólar encerrou em alta contra o real nesta segunda-feira, depois de acumular queda de cerca de 1,5% na semana anterior, com agentes do mercado atentos ao calendário de reuniões dos principais bancos centrais globais e à espera de cortes futuros de juros.

O dólar à vista teve alta de 0,46%, a 4,0993 reais na venda, apesar ter operado em queda durante parte da sessão. Na mínima, a cotação foi a 4,0485 reais, piso intradia desde 22 de agosto.

Neste pregão, o dólar futuro tinha valorização de 0,90%, a 4,1050 reais.

A moeda norte-americana registrou na semana passada queda acumulada de 1,512%, primeira desvalorização semanal desde 12 de julho, quando registrou variação negativa de 2,113%.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,24%, a 103.180,59 pontos. O volume financeiro somou 18,95 bilhões de reais.

Na visão de Pedro Menezes, dados recentes da atividade econômica norte-americana e sinalizações positivas do imbróglio comercial EUA-China ajudaram a reverter a tendência de queda nas taxas dos Treasuries, configurando um ambiente melhor para ações de bancos de modo geral e também para commodities.

“Tal cenário levou gestores e investidores a iniciarem um movimento muito forte de rotação de setores na bolsa paulista”, observou, citando, por exemplo, aumento na demanda por papéis de bancos e vendas de ações com alguma ligação com setor de tecnologia. “Isso começou na semana passada e se acentuou.”

Para efeito de comparação, após encerrar agosto quase estável, com perda de 0,2%, Itaú Unibanco PN (ITUB4) já acumula alta de 6% em setembro. Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 10% no mês passado, contabiliza um declínio de quase 7%.

Para Carlos Daltozo, chefe de renda variável da Eleven Financial Research, o que houve nos últimos dias, provavelmente, foi entrada de capital estrangeiro na bolsa paulista, o que ajuda a explicar o fato de o setor de bancos ser o que mais tem se sobressaído neste começo de mês.

Dados no site da B3 sobre o fluxo de recursos no mercado secundário de ações mostram entrada líquida de capital externo nos dias 4 e 5 de setembro, no total de 634 milhões de reais. No mês, contudo, as saídas ainda superam as entradas em 1,745 bilhão de reais.

No exterior, em Wall Street, o S&P 500 encerrou com quase estável e o Nasdaq cedeu 0,19%, o que ajudou a enfraquecer o Ibovespa, embora o Dow Jones tenha fechado com elevação de 0,14%.

Daltozo observou que, apesar do noticiário recente, o mercado continua aguardando definições sobre a situação comercial entre Estados Unidos e China, oscilando conforme anúncios de ambas as partes. “Fica um pouco nessa tendência lateral”, disse.

A XP Investimentos também destacou em nota enviada a clientes mais cedo que as atenções dos mercados estão voltadas para novas medidas de estímulos dos bancos centrais globais para fazer frente à desaceleração da atividade econômica.

Nesse sentido, Christian Gattiker, chefe de pesquisa do Julius Baer, destacou que o Banco Central Europeu (BCE) será o destaque da semana, com o clímax reservado para a decisão do Federal Reserve no próximo dia 18. “Interessante ver se eles (BCE) são capazes de fornecer algo tangível além da retórica.”

Fontes: Valor e Reuters

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