Juros
Os investidores preparam-se para o feriado paulista da Revolução Constitucionalista, em que os mercados permanecerão fechados, otimistas com a tramitação da reforma da Previdência e colocam no preço dos ativos grandes chances de o projeto ser aprovado na Câmara dos Deputados antes do recesso parlamentar, que tem início no dia 18.
Apesar do movimento de queda das taxas, hoje o dia foi mais tranquilo, com um volume negociado menor. O DI janeiro de 2020, por exemplo, girou cerca de R$ 30 bilhões hoje, em comparação com o volume médio negociado de R$ 38 bilhões dos últimos cinco pregões.
O mercado tenta estimar o apoio dos parlamentares à reforma. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), são necessários 308 votos a favor entre 512 deputados. Segundo o Valor apurou, como há praticamente um consenso entre os deputados que não são de oposição que a reforma é necessária, o texto principal é visto como virtualmente aprovado.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tem calculado 340 votos nesta etapa, mas disse no sábado que o número “pode surpreender”. Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a estimativa “realista, pé no chão”, é de 330 votos. Os partidos que estão apoiando a PEC representam 373 votos no plenário. O Termômetro da Previdência, monitoramento diário da consultoria Atlas Político que o Valor publica desde março, mostra evolução no apoio da reforma, mas sem ter os votos suficientes para a aprovação. Segundo o estudo, a proposta conta com 133 deputados favoráveis e 119 parcialmente a favor. Com a soma dos dois (252), faltariam ainda 56 votos.
DI1F20: 5,80% (-2 bps)
DI1F21: 5,63% (-2 bps)
DI1F23: 6,41% (-6 bps)
DI1F25: 6,94% (-9 bps)
DI1F27: 7,28% (-10 bps)
Câmbio
O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, com a moeda brasileira entre os destaques positivos no mundo, numa sessão em que prevaleceu a confiança de que a reforma da Previdência avançará de maneira mais acelerada na Câmara. O dólar à vista caiu 0,31%, a 3,8081 reais na venda. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez cedia 0,37%, a 3,8150 reais.
Bolsa
O Ibovespa subiu 0,42%, a 104.530,22 pontos, na contramão das bolsas norte-americanas. O volume financeiro da sessão somou 12,565 bilhões de reais. No exterior, a semana começou com o minério de ferro na China fechando em alta, favorecendo os papéis da Vale, que juntamente com Petrobras sustentaram o avanço do Ibovespa.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reiterou confiança na aprovação da reforma da Previdência no plenário da Casa nesta semana. As bolsas em Nova York fecharam em queda, com algum esfriamento em apostas de cortes mais agressivos nos juros pelo Federal Reserve no final deste mês.
Vale (VALE3) ganhou 1,17%, ajudada nesta sessão pela alta do minério de ferro na China, com a mineradora recuperando-se após forte queda na semana passada, quando perdeu 2,8%.
Petrobras PN (PETR4) subiu 0,91% e Petrobras ON (PETR3) ganhou 1,93%, a despeito da relativa estabilidade do petróleo no exterior. A companhia começou o processo de venda do Polo Tucano Sul, com campos terrestres na Bahia.
Gol (GOLL4) avançou 1,26%, após estimar alta de aproximadamente 24% para a receita unitária de passageiro no segundo trimestre ante mesmo período de 2018.
Via Varejo (VVAR3) subiu 6,30%, dando sequência à valorização recente, com expectativas relacionadas à mudança no comando da rede de móveis e eletrodomésticos.
Estácio (ESTC3) ganhou 4,76%, entre as maiores altas do Ibovespa. Analistas do Bradesco BBI avaliam que o setor de educação pode se beneficiar significativamente de um cenário de custo de capital menor, com Estácio entre as mais beneficiadas.
Cyrela (CYRE3) avançou 1,05%, a 23,10 reais, máxima histórica de fechamento, favorecida pelo cenário de juros baixos. A companhia anunciou recentemente pagamento de dividendos intermediários de 300 milhões de reais em 31 de julho.
Suzano (SUZB3) perdeu 0,46%, após três altas seguidas, período que subiu 5,48%. Analistas ainda veem um ambiente desafiador para o setor de celulose, em razão da demanda fraca e estoques elevados. Kkabin (KLBN11) cedeu 1,25%.
Fontes: Valor e Reuters