Juros
As apostas na queda da Selic ganharam fôlego adicional nesta quarta-feira (7), com a nova rodada de queda de juros pelo mundo e os sinais de fragilidade da economia brasileira. Na B3, as taxas futuras caíram do começo ao fim do pregão, a despeito da alta do dólar e da instabilidade do Ibovespa ao longo do dia.
Todo esse movimento foi capitaneado por temores de uma recessão global, decorrentes de indicadores fracos de atividade e da persistente disputa comercial entre Estados Unidos e China, o que eleva a expectativa por novas medidas de estímulo.
O contraste com o desempenho negativo de outros ativos locais deixa a queda dos juros ainda mais notória e denota uma postura bastante cautelosa do investidor com o risco de recessão global. Assim, não faltaram motivos para reforçar a expectativa de novos estímulos monetários por aqui.
De acordo com analistas, as apostas numa flexibilização adicional em 2019 ainda podem ganhar tração nos próximos meses, conforme o cenário de aprovação de reformas, inflação baixa e atividade fraca em todo o mundo for se confirmando.
DI1F20: 5,51% (-1 bps)
DI1F21: 5,43% (-6 bps)
DI1F23: -
DI1F25: 6,87% (-7 bps)
DI1F27: -
Câmbio
O receio de que a economia global possa estar caminhando para uma desaceleração mais forte voltou a assombrar os mercados internacionais neste pregão, impulsionando uma onda de aversão ao risco que prejudicou os ativos de risco, como o real. Nesse ambiente, a moeda brasileira voltou a sedes valorizar contra o dólar, em linha com as demais divisas emergentes e ligadas à commodities.
No fim do pregão, a moeda americana registrou alta de 0,50%,aos R$ 3,9746. No dia, o real foi a quinta moeda que mais perdeu contra o dólar, atrás apenas do dólar neozelandês, do rand sul-africano e das coroas sueca e norueguesa.
Bolsa
A melhora significativa do desempenho das bolsas americana sem conjunto com a volta dos trabalhos em torno da reforma da Previdência garantiram que o Ibovespa fechasse hoje perto das máximas do dia. O cenário geral, porém, não mudou: o alerta de recessão global continua acesso, forçando continuidade da cautela na alocação de recursos.
O Ibovespa encerrou em alta de 0,61%, aos 102.782 pontos,perto da máxima intradiária de 102.784 pontos. Na mínima, o índice chegou acair mais de 1% pela manhã, até os 100.476 pontos. Vale destaque para o giro financeiro: R$ 15 bilhões, acima da média diária negociada nos pregões de 2019,de R$ 12 bilhões.
Maior parte da melhora foi liderada pelo setor bancário, com destaque para Bradesco (1,43% a ON e 2,11% a PN) e Itaú Unibanco (3,69%), que ficou,inclusive, na segunda maior alta do dia. Como tem grande peso no Ibovespa, essa melhora interfere substancialmente na direção do mercado como um todo.
Fontes: Valor e Reuters