Juros
As taxas curtas e intermediárias continuaram reverberando o aumento das apostas na queda da Selic a partir de julho, após aprovada a reforma da Previdência na comissão especial da Câmara ontem. Nos vértices mais longos o dia entre a estabilidade e viés de alta, influenciadas pelo fortalecimento do dólar e impulso no rendimento dos Treasuries, por sua vez, amparados na leitura do relatório de emprego norte-americano.
DI1F20: 5,82% (-1 bps)
DI1F21: 5,65% (-3 bps)
DI1F23: 6,47% (+1 bps)
DI1F25: 7,03% (+6 bps)
DI1F27: 7,38% (+8 bps)
Câmbio
O dólar registrou a maior alta em mais de uma semana ante o real nesta sexta-feira, voltando a superar o nível de 3,80 reais, em meio à força global da moeda depois de dados mais fortes nos Estados Unidos refrearem apostas agressivas de cortes de juros pelo Federal Reserve. O dólar à vista subiu 0,54%, a 3,8200 reais na venda. Na semana, a cotação acumulou queda de 0,55%.
Os EUA geraram, em termos líquidos, 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola em junho, bem acima dos 160 mil previstos por analistas consultados pela Reuters. Em relatório semestral divulgado após os dados de emprego, o Fed descreveu o mercado de trabalho como forte e a inflação fraca como “transitória”. De forma geral, os números pegaram um mercado com amplas apostas de cortes de juros pelo Fed no fim deste mês. Segundo analistas, a convicção em juros menores nos EUA vinha explicando a desvalorização recente da moeda norte-americana no mundo e no Brasil.
Apesar da desvalorização desta sexta, o real ainda teve desempenho melhor que alguns de seus pares, ainda na esteira do otimismo gerado com a aprovação, na véspera, do parecer da reforma da Previdência em comissão especial.
Bolsa
O Ibovespa encerrou esta sexta-feira com leve alta, +0,44% a 104.089,47 pontos, descolando-se dos mercados internacionais, sob influência pela expectativa de aprovação da reforma da Previdência no plenário da Câmara na próxima semana. O volume financeiro da sessão somou 15 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa avançou 3,1%.
Os investidores monitoraram os passos finais da tramitação da reforma da Previdência, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmando que começa já no sábado as movimentações para garantir a aprovação da matéria no plenário da Casa a partir da próxima semana. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que algumas questões da reforma serão corrigidas na votação no plenário da Câmara, e destacou que espera a aprovação final da matéria na Casa antes do recesso parlamentar.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou a criação de 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, o maior número em cinco meses e acima do esperado. Em Wall Street na volta do feriado, o índice S&P 500 cedeu 0,18%.
Vale (VALE3) caiu 2,54%, na esteira da forte queda dos preços do minério de ferro na China, enquanto agentes também continuam analisando potenciais mudanças na legislação envolvendo o setor de mineração. CSN (CSNA3) também sofreu com a queda nos preços da commodities e recuou 1,3%.
Suzano (SUZB3) valorizou-se 2,99%, no terceiro pregão consecutivo de alta, embora analistas continuem enxergando um cenário desfavorável para o setor de celulose no curto prazo. No ano, as ações figuram no pequeno grupo do Ibovespa que acumulam queda, com declínio de cerca de 13%.
Gol (GOLL4) ganhou 6,23%, com dados de tráfego também no radar, além de expectativas relacionadas a desdobramentos da recuperação judicial da Avianca Brasil. Nesta semana, o papel da empresa disparou 24%. Azul (AZUL4), que também divulgou números sobre demanda e oferta, reverteu queda vista mais cedo e subiu 3,64%
Petrobras PN (PETR4) subiu 0,04% e PETROBRAS ON (PETR3) caiu 0,43%. A companhia começou a divulgação a investidores do processo de venda de suas participações em campos de produção na Bacia do Espírito Santo.
Fontes: Valor e Reuters