DÓLAR U$3,75
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BITCOIN US$6.610,09
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CDI 0,53%
3/9/2019

Fechamento de mercado (03/09/2019)

Juros

A terça-feira (3) foi marcada pela queda dos juros futuros durante todo o pregão, refletindo novos indicadores que apontaram para uma perda de fôlego inesperada da indústria brasileira. Também contribuiu para o recuo das taxas o comportamento do dólar, embora a moeda americana tenha revertido boa parte das perdas durante a tarde.

O recuo dos juros futuros se deu em toda a curva, em um movimento de acomodação após a forte alta do dólar registrada na segunda (2), quando o câmbio pressionou para cima os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).

A fraqueza da indústria brasileira voltou a se fazer presente no radar dos agentes. De acordo com o IBGE, a produção industrial recuou 0,3% na passagem de junho para julho, o que contrariou a expectativa de alta de 0,6% do indicador. A possibilidade de um crescimento econômico mais modesto no terceiro trimestre também esteve no foco e fez com que os agentes mantivessem as apostas em futuros cortes na Selic.

Este dado vem após o crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) entre abril e junho. “Os dados da economia brasileira continuam a mostrar uma recuperação bastante lenta. Combinado com a inflação baixa, esse fator permitiu que o Banco Central começasse um ciclo de afrouxamento monetário e indicasse que mais cortes estão a caminho”, apontaram estrategistas do J.P. Morgan em relatório. O banco espera que, neste mês, a Selic sofra uma redução de 50 pontos-base, para 5,5% ao ano.

Os dados da indústria brasileira não foram os únicos no foco dos agentes. Nos Estados Unidos, o temor de recessão voltou ao radar, após o índice de atividade industrial medido pelo Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) cair, em agosto, ao menor nível desde janeiro de 2016 e entrar em território de contração. De acordo com a agência de classificação de risco Moody’s, um índice antecedente que combina diversos indicadores econômicos e financeiros mostra 67% de chance de uma recessão atingir os EUA já no segundo trimestre de 2020.

DI1F20: 5,395% (-3 bps)

DI1F21: 5,49% (-8 bps)

DI1F23: 6,55% (-11 bps)

DI1F25: 7,07% (-11 bps)

DI1F27: 7,36% (-11 bps)

Câmbio

O mercado de câmbio bem que tentou corrigir a alta de quase 1% do dólar registrada na véspera. No entanto, temores relacionados ao crescimento nos Estados Unidos voltaram a disparar a aversão ao risco lá fora, o que contaminou a negociação local e fez a moeda terminar praticamente estável no pregão.

No encerramento do dia, o dólar foi negociado a R$ 4,1796, queda de 0,06%. Dessa forma, a moeda se manteve próxima da máxima histórica de fechamento, de R$ 4,1952, atingida em setembro do ano passado, em pleno período de incerteza eleitoral.

Dados mais fracos que o esperado da indústria nos Estados Unidos divulgados mais cedo estariam por trás desse movimento, que também atingiu as bolsas de Nova York e o petróleo. De acordo com o Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), o PMI da indústria caiu para 49,1 em agosto, de 51,2 em julho. O dado contrariou a expectativa de 51,0. Leituras abaixo de 50 indicam que o setor está em contração.

Inicialmente, os mercados reagiram positivamente, uma vez que o indicador favorece um corte de juros pelo Federal Reserve. Assim, a moeda americana tocou mínima intradiária de R$ 4,1512 no Brasil. Porém, paulatinamente, o receio de que a maior economia do mundo entre em recessão ganhou espaço.

Bolsa

O Ibovespa caiu 0,94%, a 99.680,83 pontos. O volume financeiro da sessão somou 17,4 bilhões de reais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que será “mais duro” nas negociações com a China em um segundo mandato se as discussões comerciais se arrastarem, aumentando os temores do mercado de que a guerra comercial possa desencadear uma recessão nos EUA.

Em Wall Street, o S&P 500 cedeu 0,68%, também afetado pelo setor manufatureiro dos EUA, que encolheu em agosto pela primeira vez desde 2016.

No Brasil, a produção industrial caiu em julho, no terceiro mês seguido de queda e no pior desempenho para o mês em quatro anos, indicando um começo de trimestre ruim.

MRV (MRVE3) cedeu 4,82%, em sessão de ajuste do setor imobiliário. Cyrela (CYRE3) recuou 2,87%. A Cyrela Commercial Properties (CCPR3), braço de imóveis corporativos da Cyrela, planeja usar cerca de 75% dos recursos da oferta primária de ações, anunciada na véspera, para compra e desenvolvimento de novos edifícios.

Qualicorp (QUAL3) perdeu 3,02%. Em agosto os papéis acumularam ganho de 28,67%.

Marfrig (MRFG3) ganhou 1,92%. A empresa disse que os restaurantes do Burger King no Brasil começarão a vender hambúrgueres à base de vegetais produzidos pela companhia na cidade de São Paulo em 10 de setembro, com um lançamento nacional programado para novembro.

Vale (VALE3) perdeu 1,06%, contaminada pelo ambiente externo mais negativo, em movimento alinhado ao de outras mineradoras nos pregões no exterior.

Petrobras PN (PETR4) subiu 1,19%, após notícia de que a produção média de petróleo e gás natural da empresa subiu 21,6% em agosto ante mesmo mês de 2018, atingindo recorde de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Ainda, o fundo de pensão dinamarquês MP Pension informou que vai vender sua participação em 10 das maiores empresas de petróleo do mundo, incluindo a Petrobras.

Cemig PN (CMIG4) perdeu 1,95%, diante da notícia que a Aneel decidiu manter multas no valor total de 27,4 milhões de reais à empresa. A agência Moody’s alterou a perspectiva da elétrica para positiva, ante estável.

Fontes: Valor e Reuters

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